Mercado imobiliário: veja as perspectivas para o 2º semestre
Nova rodada de pesquisa da BRAIN Inteligência Corporativa mostra que haverá “avalanche” de lançamentos
A 3ª rodada da pesquisa “COVID-19: impactos e desafios para o mercado imobiliário”, coordenada pela BRAIN Inteligência Corporativa, revela que a crise desencadeada pela pandemia na construção civil imobiliária terá efeitos menos impactantes no 2º semestre de 2020. Analisando os números apresentados pela consultoria, o presidente da comissão de indústria imobiliária da CBIC e economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, foi enfático: “O fundo do poço ocorreu em abril.”
Para o economista, as projeções para o 2º semestre indicam que 2020 pode ser semelhante a 2018. “O ano não será melhor que 2019, mas será melhor do que as perspectivas iniciais indicavam. Tende a ser parecido com 2018”, avalia Petrucci. Essa expectativa se reflete na intenção de construtoras e incorporadoras manterem os lançamentos que estavam programados para o ano. Segundo apurou a BRAIN, apenas 1% das empresas entrevistadas anunciou que vai cancelar novos empreendimentos em 2020.
Antes da pandemia, o normal do mercado era que 40% dos lançamentos aconteciam nos últimos 6 meses de cada ano e 60% no 1º semestre. Isso se inverteu, revela a pesquisa. Em 2020, 20% dos projetos de empreendimentos novos surgiram no 1º semestre e 80% estão programados de julho a dezembro. O levantamento da BRAIN mostra ainda que a maioria das empresas entrevistadas concentrará seus lançamentos em agosto e setembro. “Esses dois meses serão marcados por uma ‘avalanche’ de lançamentos”, prevê Celso Petrucci.
Na 3ª rodada da pesquisa foram ouvidas 554 construtoras e incorporadoras, entre 10 a 25 de junho. Boa parte dessas empresas (76%) está no mercado entre 10 anos e 30 anos. Juntas, elas planejam lançar 700 empreendimentos até final de 2020, em todo o país. Por causa dessa resiliência do setor, e com números confirmados pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), as admissões com carteira assinada na construção civil cresceram 40% em maio, enquanto as demissões caíram 20%.
Estoque de imóveis é o mais baixo da década e obriga setor a construir
A análise da CBIC é de que as demissões feitas no setor formalizado da construção civil ocorreram no início da pandemia, até abril. “Não existe sinais de novas demissões, e sim de preservação de empregos”, confirma Celso Petrucci, com base no levantamento da BRAIN. O mesmo estudo mostra não haver tendência de queda de preços dos imóveis, como se esperava no começo da crise. “Indicadores como Fipezap, e o próprio Banco Central, mostram que está ocorrendo crescimento do preço médio. Não é um aumento efetivo do preço, mas ele vem subindo devagar”, diz Petrucci.
Isso ocorre por causa do baixíssimo estoque de imóveis em todo o país. As construtoras escoaram quase todas as reservas em 2017, 2018 e 2019, indica a pesquisa da BRAIN. Isso faz com que o mercado imobiliário experimente o menor nível de estoque na década. Por isso, Petrucci entende que o momento atual das empresas é manter o foco nas obras e na construção de um novo modelo de venda. “Acreditamos que o ‘novo normal’ será um sistema híbrido, que une a venda online com o plantão presencial no local do empreendimento”, finaliza.
Veja relatório completo da 3ª rodada da pesquisa
Assista apresentação da BRAIN Inteligência Corporativa
Entrevistado
Reportagem com base na apresentação da 3ª rodada da pesquisa “COVID-19: impactos e desafios para o mercado imobiliário” (via YouTube)
Contato
contato@ebrainead.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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