Mercado imobiliário registra alta de vendas no 3º trimestre, segundo pesquisa
Estudo divulgado pela CBIC realizado em 219 cidades aponta reaquecimento do Minha Casa, Minha Vida
Todas as capitais e as principais regiões metropolitanas do Brasil participaram da pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 3º trimestre de 2023, elaborada pela Brain Inteligência Estratégica e divulgada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) no dia 27 de novembro.
Realizado em 219 cidades, o estudo mostra que houve um aumento de 6,5% na venda de imóveis, em comparação com o trimestre anterior, e um aumento de 4,2% tendo em vista o mesmo período do ano passado – no 3º trimestre de 2022, houve 79.101 unidades vendidas, e, agora, 82.385.
Por outro lado, o número de lançamentos caiu 8,6% em relação ao trimestre anterior, e a queda foi ainda maior, de 20,3%, se comparado ao mesmo período de 2022 (foram lançadas 81.001 unidades no 3º trimestre do ano passado, ante as 64.541 de agora).
Já o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) demonstra estar reaquecido, segundo a CBIC, considerando o crescimento de 13% nas vendas e de 35,8% em lançamentos, em relação aos três meses anteriores. Com as mudanças que entraram em vigor em julho, principalmente com a retomada da faixa 1 (que contempla famílias com renda mensal de até R$ 2.640,00), o programa foi responsável por 46% de todas as unidades lançadas do trimestre, enquanto no trimestre passado o correspondente ficou na faixa de 31%.
“As vendas foram fortes e resilientes este ano apesar da queda nos lançamentos, mostrando que o mercado está demandante”, avalia Renato Correia, presidente da CBIC. “Também temos as novas regras do MCMV e que foram importantes para viabilizar a retomada de vendas e lançamentos do programa.”
Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, os números também demonstram amadurecimento do mercado imobiliário, que percebeu defasagem no preço e no custo da construção e segurou o anúncio de novos imóveis. “O mercado, em função de todo o descolamento de custo que tivemos no passado, das regras do programa MCMV, que só vieram a partir de julho [o setor esperava para o início do ano], da adequação dos tetos e do subsídio, reduziu os lançamentos nos últimos 12 meses em 52 mil unidades, o que é bastante significativo.”
Outro destaque do levantamento realizado pela CBIC tem a ver com o valor dos imóveis, que registrou um crescimento de 3,9% no 3º trimestre, superando a variação do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que foi de 0,6% no mesmo período. De acordo com Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain, o aumento pode ser explicado não apenas pelo preço, em si, mas também pela variação dos produtos comercializados.
“Essa mudança decorre de dois movimentos simultâneos: de uma recomposição de preços efetivos, de aumento acima da inflação, na tabela, e de uma mudança no tipo de produto lançado, já que se lança mais produto de médio e alto padrão”, explica. Ainda segundo Araújo, isso tem a ver com a queda do número de unidades do MCMV nos trimestres anteriores, que fez com que o preço médio de mercado, como um todo, ficasse maior.
Fontes
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
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