Mercado de caminhão-betoneira cresce mais de 70% em 2020
Até agosto, segundo a ANFIR, foram emplacados 492 veículos. Número supera volume de vendas de 2019
Dados da ANFIR (Associação Nacional de Fabricantes de Implementos Rodoviários) mostram que, em 2020, a venda de caminhões-betoneira no Brasil já cresceu 70,9% na comparação ao mesmo período de 2019. O levantamento compreende os meses de janeiro a agosto, quando foram emplacados 492 veículos para o transporte de concreto. O segmento é o 3º com maior volume de negócios no setor de implementos rodoviários. Fica atrás apenas de silos e tanques inox, que cresceram 141,67% e 123,33%, respectivamente.
Os números dos 8 meses de 2020 já superam o volume de vendas de caminhões-betoneira para o mercado nacional, em 2019. Ao longo de todo o ano passado, foram fabricadas 568 unidades, das quais 470 foram emplacadas no Brasil e as demais exportadas. Na época, esse número de emplacamentos foi muito comemorado pelos fabricantes, pois representou crescimento de 169% nas vendas, em comparação com 2018, quando o sistema RENAVAM (Registro Nacional de Veículos Automotores) apontou o registro de 175 caminhões-betoneira.
Em 2019, também chegou ao mercado brasileiro a betoneira ultraleve, que permite carregar 1 m³ de concreto a mais que os equipamentos convencionais. Um ano após seu lançamento, o modelo em aço inox já vendeu 20 unidades no país e há encomendas do Uruguai, Chile e Argentina.
O bom desempenho dos negócios envolvendo caminhões-betoneira se deve a duas razões: às obras da construção imobiliária, que não paralisaram na pandemia – pelo contrário, o ritmo acelerou por causa de novos lançamentos – e ao aumento do volume de concreto dosado em central nas construções residenciais. Além disso, parte das empresas fornecedoras de concreto investiu na renovação da frota. Para Norberto Fabris, presidente da ANFIR, o segmento de betoneiras é um retrato de que a construção civil tem papel preponderante na recuperação do país. “A economia brasileira já dá sinais de reação”, complementa.
Impacto da pandemia no setor de implementos rodoviários será bem menor que o esperado
Somados todos os implementos rodoviários, os números do setor ainda estão em retração. Porém, são bem menores que os esperados quando a pandemia começou a afetar o desempenho econômico. De janeiro a agosto, segundo a ANFIR, o volume de emplacamentos atingiu 73,7 mil unidades ante 78,6 mil no mesmo período de 2019. Isso representa recuo de 6%. Mas a indústria tem a expectativa de emplacar 114 mil equipamentos em 2020. Se for confirmada, representará queda de 5% em relação ao comercializado no ano passado.
Além do segmento de caminhões-betoneira, as linhas de implementos rodoviários que já registram variação positiva nas vendas são basculante, canavieiro, carrega-tudo, silo, tanque inox e baú lonado. “A crise econômica ainda existe, mas o mercado está buscando maneiras de se recuperar, com o auxílio das diversas medidas tomadas pelo governo federal“, diz Fabris.
Desde 2018, o mercado de reforma de balões-betoneira também vem crescendo. Os números mais atuais são de 2019 e, em dois anos, esse segmento cresceu 330%. O custo para a reforma do equipamento que transporta o concreto costuma ser 50% menor que o da compra de um caminhão-betoneira novo.
Entrevistado
ANFIR (Associação Nacional de Fabricantes de Implementos Rodoviários) e Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração)
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