Veículos aéreos não tripulados prometem revolucionar mercado de geotecnologia
Mais versáteis, e com custo operacional até três vezes mais barato, os VANTs ajudam a agregar tecnologia 3D aos projetos de engenharia e contribuem para prevenir catástrofes naturais.
Mais versáteis, e com custo operacional até três vezes mais barato, os VANTs ajudam a agregar tecnologia 3D aos projetos de engenharia e contribuem para prevenir catástrofes naturais
Por: Altair Santos
A usina hidrelétrica de Jirau, em construção em Rondônia, é a primeira grande obra de infraestrutura do Brasil monitorada por veículos aéreos não tripulados (VANTs). Mensalmente, um equipamento sobrevoa a área da construção para verificar se o cronograma de trabalho está em dia e também para ajudar na montagem de relatórios ambientais sobre a megaobra. “O sistema monitora o desempenho das empresas que foram contratadas “, detalha Giovani Amianti, sócio da Xmobots, uma das cinco empresas brasileiras que já fabricam esse tipo de aeronave.
Essa não é a única aplicação dos VANTs no setor da construção civil. Os veículos são eficientes também para coletar imagens geológicas, fornecendo a topógrafos e engenheiros cartográficos dados mais precisos sobre áreas em estudo para receber rodovias, por exemplo. Os VANTs são capazes de realizar um mapeamento até 100% mais eficiente, se comparados a outros equipamentos.
No caso dos satélites, o detalhamento máximo chega a 50 centímetros. Já as aeronaves não tripuladas conseguem fornecer dados com até 25 centímetros de detalhamento. Por isso, a entrada desses veículos no mercado de geotecnologia é considerada revolucionária.
Além de permitir mapeamentos com um custo operacional até três vezes mais barato do que o de uma aeronave tripulada, o VANT aceita equipamentos que permitem realizar escaneamento em 3D. Esse recurso tecnológico tem levado pequenos e médios municípios a promoverem atualizações cartográficas e a reverem suas políticas urbanas. Por enquanto, por causa da regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os VANTs não têm autorização para sobrevoar o espaço aéreo sobre grandes cidades.
Surgidos no final dos anos 1990, para uso militar, os VANTs têm se tornado cada vez mais presentes na área civil. Nos Estados Unidos, o investimento anual nestes equipamentos já ultrapassa os US$ 300 milhões, excluindo a área militar. O Brasil já conta com cinco empresas que produzem veículos aéreos não tripulados. Recentemente, os aparelhos tornaram-se objeto de pesquisa nas universidades. A UnB (Universidade de Brasília), por exemplo, trabalha em projetos para o desenvolvimento destes equipamentos em seu Laboratório de Automação e Robótica (Lara). USP (Universidade de São Paulo) e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) também atuam nesta área.
Uma das finalidades dos veículos desenvolvidos nas universidades é servir para a prevenção de catástrofes naturais. O Sistema Nacional de Prevenção e Alerta, que está em fase de elaboração no Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) prevê o uso de VANTs. O projeto propõe a reunião de dados para que deslizamentos de terra e inundações tragam menos prejuízos para as populações em risco.
Os VANTs usados no Brasil têm, em média, de 1 metro a 2 metros de comprimento. Boa parte deles é operada a partir de uma base remota – um notebook equipado com softwares específicos, por exemplo – ou através de teleoperados. Nesse caso, a administração do voo é feita em tempo real, por meio de computadores, joysticks, celulares ou tablets.
Entrevistado
Giovani Amianti, sócio da Xmobots
Currículo
– Possui graduação em engenharia mecatrônica pela Universidade de São Paulo (2005) e mestrado pelo Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade de São Paulo (2008)
– Atualmente é Sócio-Diretor de Sistemas Aviônicos da empresa XMobots Sistemas Robóticos, que encontra-se incubada no CIETEC. Tem experiência na área de sistemas aéreos não tripulados com ênfase em homologação de plataformas e sistemas aviônicos, atuando principalmente nos seguintes temas: Projeto Conceitual de VANTs, Projeto de Estabilidade e Desempenho de Plataformas VANT, Sistemas Aviônicos de VANTs, Homologação de plataformas VANTs e de Sistemas Aviônicos de VANTs, Hardware e Software Embarcados de Tempo Real Criticos
Contato:www.xmobots.com
Créditos Foto: Divulgação/XMobots
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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