Trincas em paredes
A alvenaria é um componente da obra bastante sensível à fissuração, o que pode comprometer a estética da obra e, em alguns casos, reduzir a vida útil da edificação
A alvenaria é um componente da obra bastante sensível à fissuração, o que pode comprometer a estética da obra e, em alguns casos, reduzir a vida útil da edificação
Créditos: Engª. Naguisa Tokudome – Assessora Técnico Comercial Itambé
Neste artigo, serão abordadas algumas formas de recuperações simples para fissuras de revestimento e trincas superficiais, resultantes de tensões de origem térmica ou higroscópica – absorção de água.
Para facilitar a compreensão do texto, será definido como fissura estado em que um determinado objeto ou parte dele, neste caso a parede, apresenta aberturas finas e alongadas em sua superfície. A trinca é o estado em que um determinado objeto ou parte dele se apresenta partido, separado em partes e elas geralmente são contínuas.
Quando houver destacamento entre pilares e paredes, provocado por retração da alvenaria:
– É recomendada a inserção de material flexível no encontro delas. Nas paredes revestidas;
– Abrir uma cavidade retangular de forma que transpasse o pilar em aproximadamente 20 centímetros de cada lado;
– Fixar uma tela metálica leve na alvenaria com o auxílio de pregos ou cravos de metal, medianamente distendido nem frouxa, nem esticada;
– Chapiscar o conjunto alvenaria/pilar após a colocação da tela e revestir com argamassa de baixo módulo de deformação, ou seja, argamassa com pouco consumo de cimento, para torná-la flexível ao invés de rígida. No livro Trincas em Edifícios, o autor Ercio Thomaz, sugere o traço 1:2:9 (cimento : cal hidratada : areia) em volume.
No caso de fissuras provocadas por movimentação higrotérmica da própria parede, Thomaz sugere a utilização de tela metálica ou a interseção de uma bandagem que propicie a dessolidarização entre o revestimento e a parede na região da fissura. A idéia principal é criar um espaço cuja função é separar a área do revestimento de outras áreas para aliviar as tensões provocadas pela movimentação entre os dois componentes.
O modo de tratamento é similar ao anterior. Porém, existem no mercado bandagens pré-fabricadas, compostas de tela de poliéster auto-adesiva e massa corrida ou outra massa indicada pelo fabricante.
Alguns fabricantes recomendam escarear a parede na extensão da trinca em 3 milímetros de profundidade e largura da tela, de forma que o eixo da fissura permaneça no centro. Limpar a superfície e aplicar uma camada fina da massa corrida e aguardar a secagem. Após aplicar a tela, preencher e regularizar a área escareada com a massa corrida. Por último, lixar a superfície para que esta receba o acabamento desejado.
Para pequenas fissuras ativas, pode-se tentar a recuperação com o sistema de pintura. Neste caso, recomenda-se abrir na região da trinca um sulco em formato de “V” com aproximadamente 2 centímetros de largura na horizontal e 1 centímetro de profundidade. Limpar a poeira aderente à parede e deixá-la seca para aplicação de um selante flexível, que deverá ser tixotrópico ou seja, retorna à sua posição original, após receber e cessar uma determinada tensão. Exemplo: poliuretano e silicone.
Antes de iniciar o reparo, é importante descobrir a origem desta patologia pois ela pode ser um sintoma provocado por uma movimentação estrutural. As situações nas quais as causas não são tratadas, a trinca poderá surgir novamente.
Se possível, consultar um especialista e solicitar um Laudo Técnico com um parecer, que é um diagnóstico cientificamente fundamentado.
Jornalista Responsável: Rosemeri Ribeiro Mtb. 2696
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