Trem inglês de 465 metros vira central de concreto

Composição percorre trechos da Crossrail, em Londres, e entrega 50 mil m³ do material em novas etapas da obra, além de peças pré-fabricadas

Composição percorre trechos da Crossrail, em Londres, e entrega 50 mil m³ do material em novas etapas da obra, além de peças pré-fabricadas

Por: Altair Santos

A maior obra de mobilidade urbana da Europa está em andamento na cidade de Londres, na Inglaterra, e será entregue em 2018. Trata-se da Crossrail, uma linha férrea com 108 quilômetros de extensão, que ligará os lados leste e oeste da capital inglesa, unindo cidades da região metropolitana ao metrô londrino. O sistema tem 40 estações e 21 quilômetros subterrâneos. As composições irão correr sobre trilhos assentados em um radier de concreto. Para agilizar a construção, uma composição férrea de 465 metros foi transformada em uma central de concreto.

Trem-concreteira é equipamento fundamental para a Crossrail avançar no percurso subterrâneo de 21 quilômetros
Trem-concreteira é equipamento fundamental para a Crossrail avançar no percurso subterrâneo de 21 quilômetros

O trem possui capacidade de carregar agregados para produzir até 50 mil m³ de concreto e percorre os trechos prontos da ferrovia, entregando o material para as etapas a serem construídas. Nele há vagões carregados com cimento, pedra brita, areia e água, ou seja, todos os produtos necessários para a fabricação de um concreto resistente para o radier. “O trem-concreteira é o centro nervoso de nossa logística. Com ele, estamos mantendo nosso cronograma em dia”, afirma Simon Wright, engenheiro-chefe do projeto Crossrail. A obra está prevista para ser finalizada no primeiro semestre de 2018.

O trem-concreteira tem sido usado em um trecho de 40 quilômetros dos 108 que envolvem a obra. Além de produzir e distribuir o concreto, a composição serve também para transportar as peças pré-fabricadas para o revestimento dos túneis. São 250 mil elementos e parte também chega ao local da obra através de transporte fluvial. As peças são fabricadas em uma unidade montada exclusivamente para atender a Crossrail. Ela opera cinco dias por semana, 24 horas por dia. Há segmentos que chegam a pesar até 3,5 toneladas. São esses elementos mais pesados que têm sido transportados por embarcações.

Embarcações levam elementos pré-fabricados pelo rio Tâmisa até o canteiro de obras da Crossrail
Embarcações levam elementos pré-fabricados pelo rio Tâmisa até o canteiro de obras da Crossrail

Obra para 120 anos

Segundo o consórcio encarregado pela obra, formado pelas empresas Alstom, TSO e Costain Limited, foram economizadas 10 mil viagens de caminhões com a opção pelo transporte fluvial e ferroviário, usando o trem-concreteira. “A autoridade portuária de Londres nos deu uma grande colaboração, orientando como transportar os pré-fabricados pelo rio Tâmisa”, explica James Trimmer, diretor de planejamento e meio ambiente do consórcio construtor. Com essas práticas de sustentabilidade, os especialistas envolvidos na construção da Crossrail calculam que a megaobra será concluída gastando 25% a menos de recursos naturais.

As obras da Crossrail começaram em 2009. Trata-se da maior obra de transporte urbano de Londres, desde a criação da primeira linha de metrô na cidade, em 1863. O empreendimento foi pensado para também incrementar a economia da cidade, gerando empregos para toda a cadeia produtiva da construção civil britânica. Quando pronta, a linha férrea terá a capacidade de acrescentar mais 1,5 milhão de pessoas ao sistema de transporte público de Londres. A obra foi idealizada para suportar o crescimento de Londres e de sua região metropolitana nos próximos 120 anos. O custo estimado é de 14,8 bilhões de libras (aproximadamente R$ 81,5 bilhões).

Veja vídeo sobre a Crossrail

https://youtu.be/kmRC0YIIaS4

Entrevistado
Consórcio construtor da Crossrail (via assessoria de imprensa)
Contato: pressoffice@crossrail.co.uk

Créditos Fotos: Divulgação/Crossrail

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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