Tecnologia 3D já permite “imprimir” pontes de concreto
Pequena cidade holandesa incorpora estrutura desenvolvida pela Universidade Tecnológica de Eindhoven em seu plano de mobilidade urbana
Pequena cidade holandesa incorpora estrutura desenvolvida pela Universidade Tecnológica de Eindhoven em seu plano de mobilidade urbana
Na Holanda, a tecnologia que permite imprimir estruturas de concreto em 3D deu mais um passo. Desta vez, viabilizou a construção de uma ponte. A estrutura serve a uma ciclovia e possui 8 metros de comprimento e 3,5 metros de largura. Com capacidade para suportar 5 toneladas, a obra de arte foi projetada para durar 30 anos, pelo menos. Desenvolvida por engenheiros da Universidade Tecnológica de Eindhoven, junto com a empresa de construção BAM Infra, a ponte é a primeira impressa em 3D a usar concreto protendido na concepção de suas peças.
A estrutura foi dividida em seis partes e montada in loco na região rural de Gemert, no norte da Holanda, no dia 17 de outubro de 2017. O processo de impressão foi inédito porque os pesquisadores da Universidade Tecnológica de Eindhoven conseguiram aprimorar a tecnologia de impressão em 3D ao incorporar cabos de aço, tornando o concreto protendido. O material melhora os esforços de tração da ponte, aumentando a resistência e a durabilidade. Apesar de ter sido projetada para receber bicicletas e pedestres, a estrutura pode perfeitamente suportar veículos leves sobre quatro rodas.
Como as peças foram impressas em laboratório, a emissão de CO2 foi controlada, o que diminuiu a pegada de carbono das estruturas. Outra característica da impressão é que ela permite produzir peças a uma velocidade muito maior em relação ao método convencional. Segundo os pesquisadores da universidade, quando a tecnologia estiver amplamente dominada, a impressão de estruturas de concreto poderá ser até três vezes mais veloz que os métodos convencionais. “Só o fato de dispensar o uso de fôrmas já acelera todo o processo”, afirmam.
Preferência à inovação
Outra vantagem da impressão em 3D, de acordo com os envolvidos no desenvolvimento da tecnologia, é que ela possibilita criar estruturas de qualquer tamanho e formato. “Com a incorporação do concreto protendido à impressora, em breve será mais vantajoso economicamente substituir pontes do que tentar consertá-las”, garantem os pesquisadores, afirmando que o próximo passo da Universidade Tecnológica de Eindhoven é conseguir imprimir elementos maiores. Para isso, eles terão que desenvolver uma impressora com mais estrutura.
A ponte instalada em Gemert faz parte de um projeto de mobilidade urbana para a pequena cidade holandesa de pouco mais de 16 mil habitantes. Além da estrutura em 3D, o complexo viário também ganhou uma rotatória pré-fabricada em concreto e aço, pesando 1,2 milhão de toneladas e que foi instalada em seis horas. A opção por projetos inovadores é estimulada pela prefeitura de Gemert. “Desafiamos os players do mercado a inovar, desenvolver novas tecnologias sustentáveis e reutilizar materiais tanto quanto possível. Ao avaliar cotações e convites para nossos projetos, as empresas que vêm com um plano inovador e sustentável têm sempre a nossa preferência”, diz o representante de Gemert, Christophe van der Maat. A cidade também está financiando um projeto para a construção de casas com impressão em 3D.
Veja vídeos sobre a construção da ponte
Entrevistados
Universidade Tecnológica de Eindhoven e BAM Infra (via assessorias de comunicação)
Contato
info@tue.nl
info.infra@bam.com
Crédito Fotos: BAM Infra
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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