Pavimento de concreto pré-fabricado padroniza rodovias

Tecnologia ganha confiabilidade e é empregada cada vez com maior frequência na recuperação de estradas nos Estados Unidos e no Canadá

Tecnologia ganha confiabilidade e é empregada cada vez com maior frequência na recuperação de estradas nos Estados Unidos e no Canadá

Por: Altair Santos

Estados Unidos e Canadá estão recuperando antigas rodovias construídas em concreto, com tecnologia que tende a ser o futuro do pavimento rígido. A novidade é que os trechos são substituídos por placas pré-fabricadas que podem chegar até 20 metros de comprimento cada uma. A técnica começou a ganhar mercado a partir de 2013 e, sob a supervisão da NPCA (National Precast Concrete Association), permitiu a criação de um padrão de qualidade para a construção de estradas. Além disso, tem ajudado a reduzir o custo de manutenção. Em vez de mobilizar máquinas e grandes equipes com operários, as estradas podem ser recuperadas apenas retirando um painel e colocando outro no lugar.

Aplicação de pavimento pré-fabricado de concreto nos EUA: menor manutenção e maior durabilidade compensam custo
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A padronização ocorre por que as peças, por serem industrializadas, sofrem menor influência de variações impostas pelo clima, pela qualidade dos materiais ou pela interferência da mão de obra e dos equipamentos usados para produzir o pavimento em concreto in loco. No caso do pavimento de concreto pré-fabricado, os painéis são produzidos e curados em ambiente controlado. Além disso, a tecnologia permite um incomparável ganho de produtividade em relação à pavimentação convencional. Após a preparação do terreno, é possível instalar uma milha (1,6 quilômetro) de pré-fabricados em seis horas.

Uma das primeiras experiências bem sucedidas nos Estados Unidos ocorreu em um trecho de 4 milhas (6,4 quilômetros) da Sunrise Highway, conhecida como Rota 27, que se estende pela costa sul de Long Island, na região de Nova York. O pavimento de concreto tradicional foi substituído por painéis pré-fabricados em uma operação que levou 24 horas. Após o término da obra, o tráfego para veículos foi liberado em 15 minutos. “Para concluir o trecho em um dia, usamos quatro equipes de montagem, com seis operários cada uma, e trabalhando seis horas. Foram utilizados basicamente caminhões para transportar as peças e guindastes para içá-las até o local de instalação”, revela o engenheiro Adam Brodal, que chefiou a equipe que atuou na Rota 27.

No Brasil
O projeto bem sucedido nos Estados Unidos estimulou o Canadá a usar a mesma tecnologia na recuperação da Highway 427, que contorna o lago de Ontário, no Canadá, e é uma das rodovias mais movimentadas na região da cidade de Toronto. A estrada foi construída entre 1968 e 1971, usando o sistema whitetopping (concreto sobre asfalto). Um trecho de 87 milhas (139 quilômetros) foi substituído pela tecnologia de pavimento de concreto pré-fabricado (Precast Concrete Paving (PCP)). “O PCP tem um custo mais elevado que o processo convencional de pavimento em concreto, mas a qualidade e a durabilidade compensam”, diz Tom Kazmierowski, gerente de engenharia de materiais do departamento de transportes de Ontário. No Canadá, o custo por milha ficou 25% mais caro.

No Brasil, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) possui uma normativa para a construção de rodovias com pavimento de concreto pré-fabricado, mas a tecnologia ainda não foi empregada no país. Resumidamente, o documento recomenda que as peças pré-fabricadas atendam a ABNT NBR 9781 – Peças de concreto para pavimentação –, e define como deve ser preparado o terreno para receber os painéis.

Veja vídeo sobre pavimento pré-fabricado de concreto

Entrevistados
– NPCA (National Precast Cocrete Association) – Associação Nacional de Pré-fabricados de Concreto dos Estados Unidos (via assessoria de comunicação)
– Engenheiro civil Tom Kazmierowski, gerente de engenharia de materiais do departamento de transportes de Ontário-Canadá (via assessoria de imprensa)

Contatos
technical@precast.org
tom.kazmierowski@mto.gov.on.ca

Crédito Foto: NPCA

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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