One World Trade Center conduz à nova era do concreto
Para ser bombeado a 185 metros de altura, e cumprir metas ambientais, material exigiu composição inovadora para grandes estruturas
Para ser bombeado a 185 metros de altura, e cumprir metas ambientais, material exigiu composição inovadora para grandes estruturas
Por: Altair Santos
Inaugurado sem alardes em 3 de novembro de 2014, o One World Trade Center é um colosso de 541,3 m de altura que agrega o que há de mais moderno e seguro em tecnologia de concreto. Construído no mesmo local das Torres Gêmeas – tragicamente destruídas em 11 de setembro de 2001 -, o novo símbolo dos Estados Unidos foi erguido em Nova York para ser inabalável. Em alguns pontos, as fundações chegam a 185 m de profundidade e se espalham em uma área de 2 milhões de m². Elas sustentam um enorme radier, cuja superestrutura consumiu 150 mil m³ de concreto.
O imenso platô de alto desempenho sustenta 105 pavimentos erguidos com estrutura mista – colunas de aço encapsuladas por um concreto altamente resistente, que alcançou 124 MPa após 56 dias de cura. Essa etapa da obra consumiu mais 61 mil m³ de concreto e envolveu um desafio inédito para edifícios construídos em território americano: bombear o material a uma altura de 185 m, de uma só vez. Além de equipamentos de alta precisão e elevada potência, a demanda também exigiu composições especiais de concreto por parte dos fornecedores: Eastern Concrete Materials, Collavino Construction Co. e Concrete Alliance Inc..
As especificações para conseguir bombear o material exigiram que o concreto tivesse no máximo 400 kg de cimento por metro cúbico, combinado com altos níveis de materiais suplementares, como cinzas volantes, escórias e sílica ativa. O controle de temperatura de hidratação do cimento e a trabalhabilidade do concreto também careceram de preparos especiais. Era imprescindível que o concreto mantivesse sua fluidez em um intervalo de duas horas. Por isso, foi usado gelo no transporte do material pelas betoneiras e boa parte da concretagem do One WTC ocorreu à noite.
Prédio verde
Como o One WTC buscou a certificação LEED Platinum – a mais exigente da construção sustentável -, o concreto precisou cumprir requisitos ambientais rígidos. Entre eles, menor produção de dióxido de carbono. Assim, o material usado na estrutura do edifício exigiu a aplicação de 40% menos cimento para economizar cerca de 33.000 t de dióxido. Da mesma forma, precisou cumprir as normativas norte-americanas no que se refere à resistência ao fogo e aos desempenhos térmico e acústico. “O One World Trade Center lança o concreto em uma nova era”, diz Robert A. Ledwith, presidente da Concrete Alliance Inc..
As obras do One WTC começaram em 2006. O projeto arquitetônico e o projeto estrutural são de responsabilidade das companhias Skidmore, Owings & Merrill e WSP Cantor Seinuk, respectivamente. “As lições do passado nos fizeram caminhar ao encontro de um superconcreto que pudesse oferecer o máximo de segurança a essa construção”, afirma o projetista Ahmad Rahimian, da WSP Cantor Seinuk. Ao contrário das Torres Gêmeas, que predominantemente eram sustentadas por estruturas metálicas, e por isso não resistiram às altas temperaturas do incêndio causado pelo impacto dos aviões contra os edifícios, o One WTC consumiu apenas 27 mil toneladas de aço.
Entrevistados
Eastern Concrete Materials, Collavino Construction Co. e Concrete Alliance Inc., Skidmore, Owings & Merrill e WSP Cantor Seinuk (através dos sites das empresas)
Contatos
parts@allianceconcretepumps.com
dbrown@us-concrete.com
BusinessDevelopment@collavinogroup.com
somnewyork@som.com
isabelle.adjahi@wspgroup.com
Crédito fotos: Divulgação/Collavino Construction Co./James Ewing/ Skidmore, Owings & Merrill/
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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