Industrialização no canteiro reduz tempo de obra em até 70%

Uso de sistemas como drywall, o steel frame, o light steel frame e o wood frame ajuda a diminuir resíduos

Industrialização no canteiro de obras traz melhor aproveitamento dos recursos materiais e humanos, levando a menores índices de retrabalho e desperdício.
Crédito: Envato

Não é de hoje que o setor de construção civil vem apostando na industrialização do canteiro de obras para reduzir tempo e até mesmo a quantidade de resíduos produzidos. Em 2021, Íria Lícia Oliva Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), escreveu para a Concrete Show um artigo no qual defende a adoção crescente de processos industrializados, com a mudança do canteiro de obras para um canteiro de montagem, a fim de aproveitar todos os benefícios da produção em um ambiente controlado.

De acordo com Ricardo Brito, diretor de Engenharia da Callabrez, a industrialização consiste na utilização de sistemas construtivos que utilizam menor número de materiais e poucos processos. Além disso, eles substituem a tradicional alvenaria com tijolo e cimento, onde se manipulam muitos materiais, com logística de entrega e armazenamento mais complexos e vários processos executivos. “Por isso, a construção fica mais ágil, eficiente e reduz bastante o desperdício de material, que geralmente vira entulho e gera impacto ambiental. Atualmente, os processos da construção civil brasileira ainda são muito dependentes da mão de obra interna. Isso ocorre nas fundações, nas superestruturas, nas paredes, no telhado, entre outros. Com a industrialização, a ideia é que grande parte desses processos sejam substituídos por alternativas pré-fabricadas, pré-montadas, ou seja, componentes construtivos previamente montados nas indústrias.”, destaca Brito.

Os sistemas construtivos considerados industrializados compreendem opções como a pré-fabricação em concreto, a construção metálica (também pré-fabricada), o drywall, o steel frame, o light steel frame e o wood frame. Para Brito, também é possível trabalhar com paredes de concreto, kits hidráulicos e elétricos, por exemplo, que aumentam o grau de industrialização dos edifícios. Segundo ele, uma vantagem no uso  dos kits elétricos e hidráulicos é que eles já vêm testados de fábrica, o que torna o processo mais simples e econômico.

Benefícios do aumento da industrialização 

Dentre os benefícios citados por Íria estão a qualidade, sustentabilidade, produtividade, eficiência, redução de tempo, diminuição de custos, melhor aproveitamento dos recursos materiais e humanos levando a menores índices de retrabalho e desperdício.  

Brito também relata que a adesão ao aumento da industrialização nos processos garante uma maior gestão da qualidade dos processos, menor dependência de entraves produtivos, economia do tempo de construção e aumento da competitividade. “Conseguimos diminuir entre 50% e 70% o tempo das obras utilizando sistemas com alto grau de industrialização. No que se refere aos resíduos, a redução é de mais de cinco vezes o volume gerado quando comparado com sistemas convencionais”, aponta.

Ainda, o uso da industrialização torna a obra num processo mais próximo de uma linha de montagem. “Dessa forma, as variações de medidas e os desvios construtivos diminuem bastante, contribuindo com a redução do desperdício. A mão de obra precisa receber maior capacitação e qualificação, mas também ganha em eficiência e em condições de trabalho mais confortáveis com menor esforço”, explica. 

Outro benefício da industrialização é a facilidade em replicar o modelo de construção em diversos empreendimentos, o que ocasiona um ganho de escala na compra de insumos e na contratação de mão de obra. “Há redução no custo de produção em toda a cadeia da construção”, completa Brito.

Fontes

Ricardo Brito é diretor de Engenharia da Callabrez.

Íria Lícia Oliva Doniak é presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic)

Contato

Assessoria de imprensa Callabrez – boncomunica@gmail.com 
Assessoria de imprensa (Abcic) – sylvia@meccanica.com.br

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP



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