ABRAPCH aguarda desenrolar dos leilões para comemorar mudanças

Expectativa de expansão do setor com a desestatização da Eletrobras ainda enfrenta incertezas

CGH Salto Timbó. Cenário pode mudar dependendo do quanto as distribuidoras vão aplicar nos leilões dentro dos 2000 MW previstos. Crédito: ABRAPCH/Divulgação 

As geradoras de energia de pequeno porte estão em compasso de espera sobre o desenrolar dos novos leilões de energia ao longo de 2022. Isso porque todo plano de expansão do setor decorrente da lei de desestatização da Eletrobras, em meados de 2021, no qual as distribuidoras terão que aplicar 50% da demanda nos leilões de energia para Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), ficou nebuloso no encerramento do ano com ações como o Leilão de Reserva de Capacidade envolvendo novamente as termelétricas e contratos que vão até 2026 com prioridade no despacho.  

Pela Lei 14.182/2021, o processo de privatização da Eletrobras está condicionado à contratação, nos leilões A-5 e A-6, de PCHs para atendimento a no mínimo 50% da demanda declarada das distribuidoras, ao preço máximo equivalente ao teto estabelecido para geração, atingindo a marca de 2000 megawatts. “Claro que iremos pressionar para que se cumpra a lei, até porque nosso setor, diferente das outras fontes de energias limpas (eólica e fotovoltaica), não recebe qualquer incentivo”, garante o presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (ABRAPCH), Paulo Arbex . “Mas pode não haver demanda suficiente para as distribuidoras alcançarem os 2000 MW”, pondera. 

Há mais de 20 anos envolvido com toda a história das PCHs e CGHs no Brasil, ele diz que corre o risco do “Brasil jogar energia limpa e barata fora para consumir carvão, energia cara e altamente poluente por decisões equivocadas e que se concentram nas termelétricas”. “Por outro lado, se os leilões seguirem o curso esperado pela lei elaborada para a privatização da Eletrobras, o setor PCHs do Brasil espera que a construção de novas unidades avance em cerca de 30%.  

Na visão do presidente do conselho da entidade, Pedro Dias, as PCHs e CGHs ainda têm a vantagem de capilarizar o desenvolvimento sustentável com tecnologia nacional e convertendo na energia mais barata e de menor pegada de carbono. “Nossa fonte é 100% nacional, para construir uma PCH ou CGH não é preciso um parafuso de fora e para cada megawatt gerado surgem 60 postos de trabalho. Onde há um espelho d’água a vida aflora de uma maneira muito intensa”, defende. 

CGHs e PCHs 

De acordo com a ANEEL, as geradoras de energia elétrica consideradas de pequeno porte podem ser classificadas em Pequena Central Hidrelétrica (PCH) e Central Geradora Hidráulica (CGH). As PCHs são usinas com reservatório de até três quilômetros quadrados e com potência instalada entre 1 e 30 MW. As CGHs são usinas com potência máxima de até 5 MW. 

Cenários das PCHs e CGHs para 800 MW/ano contratados 

  • Geração de Empregos – 1 milhão de postos de trabalho diretos e indiretos 
  • Investimentos superiores a R$ 100 bilhões de reais. 
  • 18.000 MW em projetos já estudados e fora do Bioma Amazônico;
  • 7.000 MW dos 18.000 MW acima aptos a entrar em leilão; 
  • 7.000 MW gerariam: 
  • Energia limpa, barata, estável, de alta qualidade. 

Fonte
ABRAPCH/Divulgação 

Entrevistados 
Paulo Arbex – presidente da ABRAPCH 
Pedro Dias – presidente do conselho da ABRAPCH 

Contatos 
Aneel 
ONS 

Jornalista responsável
Magaléa Mazziotti – MTB 4407/PR 



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