MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
Obras incluem restauração e repintura de pilares, vigas e laje de cobertura do vão livre
Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na paisagem urbana. A icônica cor vermelha da fachada do MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) está temporariamente cinza devido a uma importante etapa do projeto de preservação do histórico Edifício Lina Bo Bardi, com o objetivo de recuperar o concreto que sofreu desgastes pela ação do tempo e exposição às intempéries.
Pela primeira vez na sua história desde a sua inauguração, em 1968, serão realizadas a restauração e a repintura dos pilares e vigas externas do museu, bem como da laje de cobertura do vão livre.
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“É a primeira vez que essas estruturas passam por um processo que leva em consideração critérios e parâmetros de restauro e preservação do patrimônio histórico. Nós assumimos o compromisso de aplicar metodologias científicas em todas as etapas, mantendo um rigor técnico que será também aplicado durante a obra no vão livre”, explica Miriam Elwing, gerente de Projetos e Arquitetura do MASP.
De acordo com a prefeitura de São Paulo, a previsão inicial é de que a obra dure mais de 6 meses. Porém, os trabalhos de restauro não afetam a programação do museu, que permanecerá aberto ao público durante todo o processo.
Projeto de restauro
De acordo com a gerente de Projetos e Arquitetura do MASP, Miriam Elwing, tudo começou com uma pesquisa histórica e um levantamento documental sobre a estrutura do edifício para compreender todas as intervenções implementadas em seus pilares e vigas, desde a sua construção até o período atual.
“É a primeira vez que essas estruturas passam por um processo que leva em consideração critérios e parâmetros de restauro e preservação do patrimônio histórico. Nós assumimos o compromisso de aplicar metodologias científicas em todas as etapas, mantendo um rigor técnico que será também aplicado durante a obra no vão livre”, explica Elwing.
Além disso, diversos testes também foram feitos para retomar a cor vermelha dos pórticos, identidade característica da edificação.
Processos que constam no restauro do museu:
* Limpeza da laje;
* Mapeamento de manifestações patológicas;
* Testes de recuperação;
* Restauro do concreto armado.
O engenheiro Roberto Racanicchi, conselheiro do Crea-SP, explica que devido à porosidade do concreto, uma das possíveis consequências nas estruturas em concreto armado pode ser a corrosão da armadura em decorrência de mecanismos de oxidação. “O principal fator de um restauro estrutural na questão do concreto armado é a recuperação do aço. É preciso inserir produtos químicos, eliminando a ferrugem e protegendo os microporos que se formam no concreto para evitar a corrosão futura”, esclarece.
Nanotecnologia para eliminar a oxidação e consequente corrosão das armaduras
No MASP, para reparo do concreto armado dos pórticos, estão sendo utilizados dois produtos químicos de nanotecnologia que atuam diretamente na armadura da estrutura, de modo a mitigar o processo de oxidação. Tudo de forma não invasiva, ou seja, sem a necessidade de expor as barras completamente.
Além disso, para acompanhamento e antecipação à potenciais adversidades, foram instalados sensores de monitoramento em algumas estruturas.
Pintura protege a estrutura
Para aplicar novamente a cor vermelha característica do MASP, foram desenvolvidas tecnologias de ponta, que oferecem extrema resistência com a finalidade de estender a vida útil da pintura.
Mas a cor vermelha da pintura da fachada do MASP vai muito além da função estética. Racanicchi aponta que a pintura é uma proteção da corrosão das armaduras, porque promove uma camada protetora dos microporos presentes no concreto.
“Quanto maior a espessura da pintura, maior a probabilidade de reduzir as consequências causadas pelas intempéries que chegam até o aço, que é o elemento ativo do concreto armado”, ressalta.
Considerado uma das principais obras da arquitetura, o prédio do MASP é tombado pelas três instâncias de proteção ao patrimônio: no âmbito estadual pelo Condephaat (1982), no municipal pelo Conpresp (1991) e no nacional pelo IPHAN (2008). E, ao que tudo indica, continuará sendo um ícone ainda mais forte de São Paulo.
De acordo com a prefeitura de São Paulo, a previsão inicial é de que a obra dure mais de 6 meses. Porém, os trabalhos de restauro não afetam a programação do museu, que permanecerá aberto ao público durante todo o processo.
Entrevistado
Roberto Racanicchi é conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP). Engenheiro civil formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Ilha Solteira, soma várias especializações na área de estruturas, é mestre em Engenharia Civil com foco em estruturas e também é docente, há 23 anos, no ensino superior, ministrando disciplinas de concreto armado e fundações. Há 20 anos presta serviços, pela sua empresa, como projetista e construtor para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), atuando especialmente com projeto estrutural, de fundação e de contenção. Além disso, tem experiências em projeções de pontes e obras de grande porte.
Contato
Assessoria de Imprensa CREA-SP: crea-sp@cdicom.com.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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