Maracanã encolhe, mas ganha inovações e sustentabilidade
Construído há 61 anos, estádio passa por reformas para a Copa do Mundo de 2014, que vão consumir 31 mil m³ de concreto e 250 mil sacos de cimento.
Construído há 61 anos, estádio passa por reformas para a Copa do Mundo de 2014, que vão consumir 31 mil m³ de concreto e 250 mil sacos de cimento
Por: Altair Santos
Entre 2 de agosto de 1948 e 16 de junho de 1950, período que levou para ser construído, o Maracanã consumiu 550 mil sacos de cimento e 80 mil m³ de concreto. Passados 61 anos, o estádio está em obras novamente – desta vez, para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014. A nova reforma, segundo a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop), vai consumir números mais modestos de cimento e concreto. Mesmo assim, não deixam de ser impressionantes: 31 mil m³ de concreto e 250 mil sacos de cimento.
Todo esse volume de material será aplicado para transformar o Maracanã em um dos estádios brasileiros com o maior número de inovações. Além das mudanças preceituadas pela Fifa, o palco da final do mundial de 2014 terá mudanças em sua estrutura. A marquise de concreto, por exemplo, será substituída por um sistema de lona tensionada. “A nova cobertura terá condições de luz mais uniforme e flexibilidade plena para a instalação de equipamentos, além de contemplar a totalidade dos assentos”, explica o presidente da Emop, Ícaro Moreno.
Quando totalmente reformado, o Maracanã terá capacidade para receber 78.639 torcedores. Vai comportar cerca de 100 mil pessoas a menos do que o recorde de público oficial do estádio, registrado no jogo Brasil 1 x 0 Paraguai, dia 31 de agosto de 1969, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970. Na época, 183.341 superlotaram o Maracanã. “A prioridade será o conforto. A nova arquibancada garantirá maior visibilidade para todos e os assentos retráteis permitirão uma melhor circulação dos torcedores”, justifica Ícaro Moreno.
O Maracanã também ganhará arquibancadas que deixarão o público mais próximo do campo de jogo. O projeto da reforma prioriza visibilidade, mobilidade e acessibilidade nas dependências internas e no entorno do estádio. A distância do gramado, por exemplo, passará dos antigos 56 metros para 12 metros. “Todas as mudanças propostas no projeto foram aprovadas pelo Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)”, revela o presidente da Emop. Por se tratar de um monumento tombado, a reforma do estádio precisou preservar a arquitetura do Maracanã.
A troca da marquise do estádio pelo sistema de lona tensionada só foi aprovada pelo Iphan depois da apresentação de laudos que mostraram que a estrutura antiga não suportaria o impacto das obras. “A marquise foi condenada por laudos de órgãos nacionais e internacionais. A estrutura que irá substituí-la terá durabilidade de 50 anos e garantia de 15 anos. Além disso, terá um sistema de captação de água da chuva para irrigar o gramado”, explica Ícaro Moreno. Por conta dessas inovações, as reformas do Maracanã estão adequadas à certificação LEED (sigla em inglês para liderança em energia e design ambiental) protocolo concedido às edificações sustentáveis.
Para ser concedida, a certificação LEED exige que, quando concluída, a reforma do Maracanã gere 30% de economia em energia, 50% de água, 60% de resíduos e 30% nas emissões de gases de efeito estufa. Por isso, o estádio ganhará um sistema de aquecimento solar para equipamentos como as duchas dos vestiários. Além do estádio do Rio de Janeiro, outras cinco subsedes da Copa buscam o selo verde de construção sustentável: Manaus, Brasília, Cuiabá, Belo Horizonte e Salvador.
A previsão é de que o novo Maracanã esteja concluído até o início de 2013. Atualmente, 1.107 operários trabalham em dois turnos (um de 7h às 17h, outro de 19h às 5h). No pico da reforma, o que deve ocorrer em 2012, serão cerca de 3 mil homens se revezando na obra. Há mais de 50 anos, o estádio chegou a ter 11 mil trabalhadores em sua construção. A readequação do Maracanã para a Copa de 2014 está orçada em R$ 931.885.382,19.
Você sabia?
O projeto original do Maracanã foi concebido pelos arquitetos Miguel Feldman e Antônio D. Carneiro, em 1947. O formato do estádio é oval, medindo 317 metros no eixo maior e 279 metros no menor. Sua altura é de 32 metros.
Entrevistado
Ícaro Moreno Júnior, presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop)
Currículo
– Ícaro Moreno Júnior é Engenheiro Civil formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 1980
– Pós-graduado em Engenharia Sanitária e Ambiental, pela UERJ, completou também o curso de extensão em Engenharia Ambiental, na UFRJ
– Em 2006, defendeu tese de Mestrado sobre a Gestão de Recursos Hídricos de Empresa Pública, na área de Planejamento Energético e Ambiental da COPPE, da UFRJ
Contato: ascom@emop.rj.gov.br /www.emop.rj.gov.br
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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