Londres 2012 é modelo de planejamento para o Brasil
A um ano dos Jogos Olímpicos, capital inglesa está praticamente pronta para o evento. Bem diferente do país-sede da Copa do Mundo de 2014.
A um ano dos Jogos Olímpicos, capital inglesa está praticamente pronta para o evento. Bem diferente do país-sede da Copa do Mundo de 2014
Por: Altair Santos
O Brasil está a dois anos e meio do evento Copa do Mundo, que vai acontecer no país, e ainda há muito por fazer. Na opinião do presidente do SINAENCO (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), José Roberto Bernasconi, trata-se de uma oportunidade desperdiçada. “O Brasil foi definido como sede da Copa 2014 em 31 de outubro de 2007. Portanto, com prazo mais que suficiente para planejar bem as obras necessárias, algo que não foi feito. Isso tem o grande demérito de jogar no lixo todo o conhecimento acumulado pela arquitetura e engenharia brasileira”, lamenta o dirigente, para quem o país deveria se espelhar em Londres 2012.
Daqui a um ano, entre 27 de julho e 12 de agosto, a capital inglesa irá sediar os Jogos Olímpicos. Com pontualidade britânica, as obras estão dentro do cronograma. Todos os equipamentos para sediar os eventos esportivos devem começar a ser testados no segundo semestre de 2011 e a mão de obra envolvida na construção se concentra agora na vila olímpica e nas construções de infraestrutura. São mais de 12 mil trabalhadores envolvidos no projeto, cujo canteiro de obras é o maior da Europa. “A principal lição que o Brasil pode extrair da preparação britânica para a Olimpíada 2012 é o planejamento”, avalia Bernasconi.
De fato. Faz sete anos que Londres trabalha diuturnamente para receber as Olimpíadas. Em 2005, os britânicos criaram a Olimpic Delivery Authority (ODA), responsável pela gestão e coordenação de todas as obras relacionadas ao evento. Os dois primeiros anos foram gastos para detalhar rigorosamente os estudos e os projetos. “A construção, contratada com base nesses projetos, está sendo executada rigorosamente dentro do cronograma e do valor global estipulado na contratação”, diz o presidente do SINAENCO. Londres disponibilizou o equivalente a R$ 16 bilhões para as obras – quase cinco vezes menos do que foi gasto em Pequim 2008, que consumiu R$ 74 bilhões.
Todo o complexo dos Jogos, que ocupa uma área de 2,5 milhões de m², está localizado na região de East London, uma das áreas mais pobres da capital inglesa, com índices altos de criminalidade e desemprego. Com o evento, os britânicos aproveitaram para revitalizar a localidade. A ideia é deixar um legado social para a região, criando oportunidades de emprego, de infraestrutura e de moradia para a população. Após as Olimpíadas, a Vila Olímpica irá se transformar em 3 mil apartamentos para famílias carentes de East London. “Infelizmente, a Copa 2014 perdeu a chance de deixar esse legado positivo ao Brasil”, compara José Roberto Bernasconi.
O presidente do SINAENCO avalia que ainda dá tempo para usar o bom exemplo de Londres 2012 e o mau exemplo da Copa 2014 para “salvar” as Olimpíadas de 2016, que vão acontecer no Rio de Janeiro. “O Rio de Janeiro está desenvolvendo, até agora, um bom planejamento. É necessário, porém, que esse planejamento seja seguido por estudos rigorosos sobre o dimensionamento dos equipamentos e instalações públicas para os Jogos Olímpicos, a fim de evitar o que aconteceu nos Jogos Pan-americanos de 2007. Naquele evento, por falta de planejamento, os gastos previstos em R$ 400 milhões transformaram-se em R$ 3,6 bilhões”, lembra Bernasconi.
Como em Londres, onde foi criada a Olimpic Delivery Authority (ODA), no Rio de Janeiro foi instalada a Autoridade Pública Olímpica (APO). Para o presidente do SINAENCO, trata-se de um bom sinal, desde que o organismo tenha, na prática, autonomia para gerenciar a preparação dos Jogos Olímpicos de 2016. “Resta ver se, como os ingleses fizeram ao criar a Olimpic Delivery Authority (ODA), responsável por todo o planejamento e execução das obras em Londres, a APO terá de fato a autoridade e os recursos necessários para realizar essa coordenação geral das obras e serviços envolvidos”, diz, garantindo que o grande exemplo para o Brasil está em Londres 2012.
Entrevistado
José Roberto Bernasconi, presidente do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (SINAENCO)
Currículo
Engenheiro civil, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1965) e advogado, pela Faculdade de Direito UNIP (Universidade Paulista de São Paulo) (2005)
Foi presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, de 1985 a 1989, e professor da Poli-USP
Contato: sinaenco@sinaenco.com.br / silverio@mandarim.com.br (assessoria de imprensa)
Créditos Fotos: Divulgação/SINAENCO/London2012
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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