Lava Jato obriga construção civil a buscar um novo modelo

Investigação desencadeia mudanças éticas e, no entender dos especialistas, trará mais transparência ao setor

Debate no SindusCon-PR aponta que construção civil deve buscar novas relações com o poder público, com o consumidor e com os investidores privados. Crédito: Valterci Santos/SindusCon-PR
Debate no SindusCon-PR aponta que construção civil deve buscar novas relações com o poder público, com o consumidor e com os investidores privados. Crédito: Valterci Santos/SindusCon-PR

Para marcar a comemoração de seus 75 anos, o SindusCon-PR realizou dia 10 de junho um seminário para tratar da autorregulação da indústria da construção como estratégia para acelerar o crescimento do setor. Foram convidados o presidente da CBIC, José Carlos Martins; a ministra do Superior Tribuna de Justiça (STJ), Eliana Calmon, e o cientista político Leonardo Barreto. Um dos temas do debate abordou os efeitos da operação Lava Jato na construção civil brasileira. Concluiu-se que as investigações, as quais afetaram gigantes do mercado nacional, devem levar as construtoras a buscar um novo modelo de gestão de negócio e de relacionamento com o poder público, com o consumidor e com os investidores privados.

Martins alertou que se isso não for feito as multinacionais da construção civil podem assumir o protagonismo no Brasil, e em breve. “Dia 6 de junho de 1944, data da fundação do SindusCon-PR, coincide com o Dia D da Segunda Guerra Mundial. E a construção civil brasileira está se aproximando de seu dia D. Em que sentido? No sentido de que não podemos abrir mão de fazer um modelo novo de negócio. No passado, o poder público era o grande financiador. Mas o que vem por aí agora é o mercado de capitais. E o mercado de capitais exige produtividade e competitividade. Neste aspecto, as estrangeiras estão mais prontas para essa nova realidade e nós precisamos nos preparar”, afirma o presidente da CBIC.

O que está em jogo não é a qualidade da engenharia civil brasileira

Para Leonardo Barreto, o que está em jogo não é a qualidade da engenharia civil brasileira, mas uma mudança de paradigma no modelo de operação das empreiteiras. Segundo ele, trata-se de uma questão de reputação e de confiança. “Atualmente, não existe nenhum negócio que se mova sem reputação. Estamos vivendo a era da economia da confiança. Velhas práticas não cabem mais no Brasil de hoje”, reforça. O cientista político sugere medidas que ajudariam a sinalizar ao mercado que a construção civil está mudando. “A indústria precisa uniformizar a legislação, reduzir a informalidade, criar um ambiente de concorrência mais leal, reduzir custos, negociar com fornecedor, acessar outros mercados, investir em tecnologia e criar laboratórios de inovação”, completa.

A ministra Eliana Calmon fechou os debates ao destacar que o mérito da operação Lava Jato foi desencadear essa mudança a partir da ética. “Ética é fator de transformação”, frisa. Ainda de acordo com a magistrada, a maior contribuição da operação foi a descoberta do crime institucionalizado. “O crime institucionalizado usa a caneta e o Diário Oficial, nomeando por interesses escusos aquele que vai fazer o edital de licitação e dar as regras do jogo para as concorrências”, salienta. Por isso, segundo Eliana Calmon, a Lava Jato deve ser vista como um divisor de águas para a construção civil nacional. “Apesar do setor enfrentar dificuldades no presente, o futuro aponta para relações muito mais transparentes e, consequentemente, melhores para todos”, finaliza.

Entrevistado
Reportagem com base no seminário que marcou os 75 anos do SindusCon-PR, sobre a autorregulação da indústria da construção

Contato: imprensa@sindusconpr.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo