Construir no interior já dá mais lucro que nos grandes centros
Escassez de terrenos, principalmente nas capitais, empurra incorporadoras para áreas mais afastadas dos estados e para as regiões metropolitanas
Escassez de terrenos, principalmente nas capitais, empurra incorporadoras para áreas mais afastadas dos estados e para as regiões metropolitanas
Por: Altair Santos
A escassez de terrenos nos grandes centros urbanos do Brasil, e a tendência de empreendimentos cada vez mais enxutos e com menos vagas de garagem, privilegiando o uso de transporte público, empurra as grandes incorporadoras para o interior dos estados e para as regiões metropolitanas. Nas cidades com até 500 mil habitantes, essas empresas estão encontrando, além de espaço para construir, um custo mais baixo para viabilizar as obras. Segundo Rogério Santos, especialista com mais de 25 anos de mercado imobiliário, e que gerencia as operações de outsourcing de vendas para importantes empresas do país, o atual cenário deu um novo viés ao mercado imobiliário. “A oportunidade tem permitido oferecer espaços maiores e com mais qualidade de vida”, resume.
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O fenômeno de canalizar investimentos imobiliários para o interior já é realidade em cidades como São Paulo, Rio Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Um exemplo está na empresa paulistana ACS Incorporadora. Com a oferta de bons terrenos em cidades fora de São Paulo, ela tem conseguido projetar lançamentos maiores e as operações no interior devem saltar de R$ 30 milhões para R$ 200 milhões em 2014. “No território paulista, essa tendência é facilmente percebida em cidades da região de Campinas, como Jundiaí, Limeira, Paulínea, Americana, Indaiatuba e Jaguariúna, além de toda a região metropolitana de São Paulo ou em localidades com fácil acesso por rodovias. “Todo esse panorama faz com que o mercado do interior fique mais aquecido”, diz Rogério Santos.
Área útil maior
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A descentralização da economia em grandes centros urbanos, com as cidades-satélites passando a ter uma maior relevância e se beneficiando do êxodo industrial – o que começou há pelo menos 15 anos no país -, é que permite que o interior tenha seu mercado imobiliário fortalecido. “Campinas e região é um exemplo clássico. As cidades do entorno fortaleceram seu potencial industrial. Todo esse panorama faz com que o mercado do interior fique mais aquecido”, avalia o especialista, completando que, no caso da cidade de São Paulo, a aprovação do novo plano diretor acabou potencializando essa nova tendência. Pelo mesmo processo, de revisão de seus planos diretores, também passam cidades como Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife.
A “fuga para o interior”, promovida por construtoras e incorporadoras, também influenciou na área útil das unidades. Se nos grandes centros urbanos hoje os apartamentos têm, em média, 60 m², nas cidades alternativas essa metragem sobe para até 100 m². Outro detalhe é que há demanda pela aquisição, pois quem procura comprar esses imóveis geralmente busca a primeira residência. Diante desta migração do mercado imobiliário, Rogério Santos avalia que a tendência é de queda de venda nos imóveis e de aumento do valor do metro quadrado nas metrópoles brasileiras, em contrapartida ao aquecimento no interior. “É uma readequação do mercado, diante dos movimentos de oferta e procura”, finaliza.
Entrevistado
Rogério Santos é graduado em marketing pela ESPM e pós-graduado pela FGV. Atua há 25 anos no mercado imobiliário e já trabalhou como diretor de marketing de empresas como Cyrela do Brazil Realty S/A e Abyara Brokers Intermed. É o fundador da RealtON, outlet de imóveis
Contato
www.realton.com.br
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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