Infraestrutura do Paraná sai da inércia pelas rodovias
Diante da escassez de recursos estaduais e federais, PPPs tornam-se alternativas para viabilizar obras importantes no interior do estado
Diante da escassez de recursos estaduais e federais, PPPs tornam-se alternativas para viabilizar obras importantes no interior do estado
Por: Altair Santos
Contornos, viadutos, pontes, trincheiras e conclusões de trechos rodoviários movimentam a infraestrutura paranaense em 2015. Longe das grandes obras, o estado aposta em parcerias com o setor privado para alavancar projetos. É com base nas chamadas PPPs (Parcerias Público-Privadas) que ocorre a viabilização de um novo trecho da PR 340, a fim de ligá-la à BR 376, na região de Ortigueira. No município, a Klabin investe R$ 6,8 bilhões na implantação de uma nova fábrica de celulose e assumiu obras complementares de infraestrutura para escoar sua produção. O empreendimento envolve 37 quilômetros de pavimentação, além da construção de uma nova ponte sobre o rio Tibagi. O gasto estimado é de R$ 200 milhões.
Outra obra importante para a infraestrutura do Paraná, que atrai o interesse da iniciativa privada, é a viabilização do contorno norte de Ponta Grossa. O entroncamento ligará as BRs 376, 373 e 151, facilitando o escoamento da produção para Argentina, Paraguai, São Paulo e outros estados da região Sul. O projeto de 45 quilômetros prevê investimento de R$ 530 milhões. Para viabilizá-lo, dois parceiros privados, com plantas industriais nos Campos Gerais, estão dispostos a desembolsar recursos. Um é a Paccar, gigante norte-americana de caminhões, que recentemente instalou uma fábrica na região, e outro é a Ambev, considerada hoje a maior empresa da América Latina, e que está construindo uma unidade em Ponta Grossa.
Segundo recente estudo da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), o contorno norte de Ponta Grossa está entre as sete obras rodoviárias mais relevantes para o estado. As demais são as seguintes:
– Construção da segunda ponte sobre o Rio Paraná (Brasil-Paraguai), na BR 277
– Construção de trecho rodoviário entre Campo Mourão e Palmital, na BR 158
– Adequação do trecho rodoviário entre Toledo e Marechal Cândido Rondon, BR 163
– Adequação do trecho rodoviário entre Cascavel e Marmelândia, na BR 163
– Construção de trecho rodoviário entre Porto Camargo e Campo Mourão, na BR 487 (Estrada Boiadeira)
– Novo acesso rodoviário ao Porto de Paranaguá, na BR 277, com pavimentação de concreto
Federalização
O Paraná ainda viabiliza uma parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) na ordem de R$ 300 milhões para tirar do papel as construções de contornos rodoviários nas regiões de Wenceslau Braz e Castro. Os recursos internacionais também possibilitarão construir desvios nas cidades históricas de Antonina e Morretes. A nova ligação permitirá o acesso direto ao Porto de Antonina, retirando o tráfego de caminhões dos centros urbanos. Além disso, com recursos próprios, o governo estadual viabiliza a construção de 19 trincheiras e viadutos em trechos urbanos de cidades do interior cortados por rodovias. Esse é um projeto que movimenta a construção industrializada, pois boa parte das obras utiliza peças pré-fabricadas.
No entanto, sem recursos suficientes, o Paraná propôs recentemente a federalização de 190 quilômetros da rodovia PR 280. O trecho liga o oeste ao sudoeste do estado e comporta boa parte do escoamento de produtos vindo da região centro-oeste do Brasil, sem contar o tráfego que vem da Argentina e do Paraguai. São mais de seis mil veículos por dia, sendo 60% de caminhões. Em troca, o governo estadual quer assumir o controle da ferrovia Maracaju-Paranaguá para finalizar a Ferroeste. O objetivo é abrir concessões do trecho ferroviário para a iniciativa privada.
Entrevistados
Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR) e Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná (via assessorias de imprensa)
Contato
der@der.pr.gov.br
infraestrutura@seil.pr.gov.br
Créditos Fotos: Jorge Woll/DER/Arnaldo Alves/ANPr
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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