Indústria do shopping mira cidades de médio porte
Municípios de 300 mil a 200 mil habitantes tornam-se prioridade de construtoras e incorporadoras especializadas em erguer centros comerciais
Municípios de 300 mil a 200 mil habitantes tornam-se prioridade de construtoras e incorporadoras especializadas em erguer centros comerciais
Por: Altair Santos
Construtoras e incorporadoras especializadas em erguer shopping centers iniciam 2014 com uma nova prioridade: disputar as cidades entre 200 mil e 300 mil habitantes espalhadas pelo país. Estudos revelam que boa parte dos municípios deste porte no Brasil não tem centros de compra como os que são facilmente encontrados nas capitais. “A tendência do setor é suprir essa demanda, buscando a entrada em cidades menores, que tenham uma quantidade pequena de shopping ou que não sejam atendidas por shoppings centers”, diz Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da GS&BW, empresa de consultoria especializada em estratégias para shopping centers.
Dados da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) confirmam esse posicionamento do mercado. Em 2014 estão previstas 41 inaugurações de centro comerciais, dos quais 30 localizam-se fora das capitais, em cidade com população variando entre 200 mil a 500 mil habitantes. No país há 495 empreendimentos funcionando, dos quais 249 em 25 capitais e no Distrito Federal – exceto Boa Vista, em Roraima. O número é considerado baixo pelos especialistas, o que significa dizer que há espaço, inclusive, para que esse tipo de construção continue se expandindo em grandes metrópoles. “Desde que não haja sobreposição entre as áreas de influência, há muito espaço para crescer”, avalia Luiz Alberto Marinho.
Os estudos de sobreposição são calculados pelo Ibope. Se um determinado índice der menor que 100, significa que na região do novo empreendimento já existem outros shopping centers e que pode não haver demanda suficiente. Outro parâmetro é a Área Bruta Locável (ABL) que é a área do empreendimento disponível para as lojas. “O Brasil ainda possui um média muito baixa de ABL. A nossa média está em torno de 50 m² para cada mil habitantes e isso é 1/3 do que acontece no México. Então existe ainda muito, mas muito espaço para novos shoppings centers. O que tem que tomar cuidado é para que não haja centros comerciais muito próximos, ou seja, que as áreas de influência tenham superposição”, cita o sócio-diretor da GS&BW.
O potencial do Brasil para receber shopping centers já atraiu, entre 2008 e 2011, os principais players do mercado mundial do setor. “Eles chegaram ao país em associação com outras empresas. É importante lembrar que nós ainda não temos nem 500 shoppings no Brasil e nos Estados Unidos são mais de 40 mil”, alerta Luiz Alberto Marinho, para quem as empresas especializadas em construção de centros comerciais tendem a seguir fazendo bons negócios. “O modelo dos shopping centers baseado no aluguel, nas lojas, na cessão de direitos, nas luvas, é bastante interessante. Some-se a isso, o consumo de varejo, que segue em alta. É uma conjunção que fez com que o negócio continue bastante lucrativo”, finaliza.
Entrevistado
Luiz Alberto Marinho, professor do núcleo de varejo da ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing; instrutor do International Council of Shopping Centers, e sócio-diretor da GS&BW, empresa de consultoria especializada em estratégias para shopping centers
Contato: atendimento@gsbw.com.br
Crédito Fotos: Divulgação/ GS&BW
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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