Indústria 4.0 está pronta para atuar na produção de cimento

Fábricas já utilizam a robótica em processos como pesagem, ensacamento e paletização, mas especialistas garantem que isso é só o começo

Indústria 4.0 é realidade na Cia. de Cimento Itambé, onde os processos de enchimento, embalagem e pesagem não têm interferência humana. Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Indústria 4.0 é realidade na Cia. de Cimento Itambé, onde os processos de enchimento, embalagem e pesagem não têm interferência humana. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

A revista britânica World Cement promoveu recentemente um seminário para perguntar como a indústria da inovação, também conhecida como Indústria 4.0, chegará ao setor de produção de Cimento Portland. A constatação é que as fábricas inteligentes já estão parcialmente em operação, adotando a robótica para operar, por exemplo, os sistemas de pesagem, ensacamento e paletização, sem a interferência humana no processo. A fábrica da Cia. de Cimento Itambé, localizada no município de Balsa Nova-PR, na região metropolitana de Curitiba-PR, é um exemplo.

O gerente industrial Dair Favaro Junior explica como a indústria 4.0 está sendo adotada na fábrica da Itambé. “A chamada Indústria 4.0 ou Quarta revolução Industrial é hoje o futuro das indústrias. No caso da Planta de fabricação de cimento da Itambé, existem diversas aplicações de tecnologia com o conceito 4.0. Entre eles, sistemas inteligentes que supervisionam temperatura, pressão, nível de ruído e potência dos motores. A robótica também está presente no envasamento dos sacos e no carregamento dos caminhões com as sacarias de cimento”, diz.

Paletizadora na Cia. de Cimento Itambé entrega o volume correto de sacos de cimento, para que a empilhadeira possa carregar os paletes nos caminhões. 
Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Paletizadora na Cia. de Cimento Itambé entrega o volume correto de sacos de cimento, para que a empilhadeira possa carregar os paletes nos caminhões. 
Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Os sacos vazios são alimentados por uma máquina-robô, que faz o enchimento até o peso da embalagem e, automaticamente, despeja os sacos. Uma balança, conhecida como checkweigher, confere a pesagem. Caso o saco não atinja a tolerância solicitada pela norma técnica, descarta o saco para reprocessamento, envia um sinal ao bico que carregou este saco e o ajusta automaticamente sem necessidade de calibração e intervenção humana. “Tudo com alta precisão, sem parar a instalação e sem precisar de comando humano. Está tudo dentro da tarefa do sistema inteligente”, completa Dair Favaro Junior.

Os sacos devidamente cheios, com pesagem correta e datados, são conduzidos por correias transportadoras até a paletizadora. Trata-se de outro robô que empilha os sacos sobre um palete de madeira. Quando o palete está com a quantidade certa de sacos de cimento, o palete cheio é conduzido pela máquina até uma extremidade onde ficará à disposição para ser pego pela empilhadeira. “A ação humana neste equipamento se limita a alimentar a máquina com paletes vazios e retirar os paletes cheios, que são efetuados pelo operador da empilhadeira”, resume o gerente industrial da Itambé.

Máquina-robô faz o enchimento dos sacos de cimento, respeitando peso estabelecido em norma técnica
. Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Máquina-robô faz o enchimento dos sacos de cimento, respeitando peso estabelecido em norma técnica
. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Para os que participaram do seminário da World Cement, a conclusão é que a chegada da indústria 4.0 ao setor de cimento poderá ajudar as fábricas a atingirem metas de eficiência energética e de redução de emissão de CO2, além de obterem mais eficácia na distribuição e no controle de qualidade do material. Aplicativos para smartphones permitirão aos operadores ter uma visão geral de todas as etapas de produção de cimento, de todos os índices relevantes à linha de embalagem, bem como o consumo de energia e de emissões de gases na atmosfera. 

O uso do Big Data também permitirá a instalação de chips em sacos de cimento, possibilitando o rastreamento individual das embalagens, tanto por parte da fábrica quanto do comprador. Como já ocorre com as vendas online, o cliente terá como saber qual lote está indo para sua obra, qual a data em que foi ensacado, além da correta pesagem e de quando a carga chegará no destino. Tudo controlado pelo smartphone. Já a fábrica poderá monitorar o armazenamento do produto quando ele chegar ao depósito da revenda ou no canteiro de obras.

Da produção ao armazenamento nas revendas e no canteiro de obras, tudo será monitorado

Isso permitirá a correção de distorções. Todas as informações serão transparentes e compartilhadas, afirmam os que participaram do seminário da World Cement. Não haverá, por exemplo, como o cliente ou a revenda alegar que o produto apresentou alguma anomalia, haja vista que o chip terá como transmitir, inclusive, dados sobre a umidade do local em que o saco de cimento estaria armazenado. Com o monitoramento, entendem os fabricantes, haverá solução para um dos problemas que mais afeta a vida útil do cimento, que é o correto armazenamento.

O seminário concluiu também que as fábricas de cimento tendem a melhorar a produtividade em, no mínimo, 10% quando entrarem efetivamente em processos de indústria 4.0. “Máquinas automáticas capazes de operar planos de melhoria contínua, juntamente com a manutenção preditiva, serão capazes de melhorar a eficiência e estender a vida de uma fábrica. O melhor monitoramento de todo o ciclo de produção vai minimizar o tempo de inatividade da fábrica e aumentar a produtividade”, conclui o relatório publicado na World Cement.

Entrevistados
Reportagem com base em relatório publicado pela revista britânica World Cement, a respeito da influência da indústria 4.0 na produção de Cimento Portland,
e em depoimento do engenheiro químico Dair Favaro Junior,  gerente industrial da Cia. de Cimento Itambé

Contatos
enquiries@worldcement.com
dair.favaro@cimentoitambe.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo