INCC-M acelera para 0,71% em janeiro

No mesmo mês, Copom anunciou o aumento da Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano

A elevação nos custos do setor também se reflete na taxa acumulada em 12 meses, que alcançou 6,85%. Crédito: Envato

O ano de 2025 começou com um aumento de 0,71% no Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), do FGV IBRE – Instituto Brasileiro de Economia. Este indicador é referente a janeiro e superou a variação de 0,51% registrada no mês anterior (dezembro de 2024). A elevação nos custos do setor também se reflete na taxa acumulada em 12 meses, que alcançou 6,85%. Esse resultado representa um crescimento significativo em relação a janeiro de 2024, quando o índice apontava uma alta de 3,23% no mesmo período.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) é um indicador econômico que capta a evolução de custos de construções residenciais. Com este índice, é possível avaliar a evolução dos preços de materiais e custos de mão de obra na construção civil. Segundo o FGV IBRE, esse é um indicador importante para as construtoras monitorarem, além de fornecer dados relevantes para a indústria e o varejo do setor. Também serve como referência para a tomada de decisões por outros agentes econômicos.

INCC-M nas capitais brasileiras

O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou variações entre diferentes cidades brasileiras em janeiro. Enquanto Salvador, Belo Horizonte, Recife e São Paulo apresentaram uma aceleração no ritmo de aumento dos custos de construção, Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre seguiram na direção oposta, com uma desaceleração em suas taxas de variação.

Dentre estas capitais, Belo Horizonte apresentou a maior variação em janeiro: 1,48%. Já em Brasília, o índice foi o menor: 0,23%.

 Grupo de Materiais, Equipamentos e Serviços desacelera

O grupo de Materiais, Equipamentos e Serviços teve alta de 0,42% em janeiro, abaixo dos 0,49% registrados no mês anterior. 

Dentro dessa categoria, Materiais e Equipamentos apresentaram um avanço de 0,43%, um crescimento mais moderado em comparação aos 0,57% observados em dezembro. De acordo com o FGV IBRE, esse comportamento indica uma desaceleração nos preços desses insumos, fundamentais para a execução de obras. Entre os subgrupos analisados, apenas “materiais para instalação” mostrou queda em sua taxa de variação, passando de 1,51% para -0,33%.

No grupo de Serviços, houve um aumento expressivo na taxa de variação, que saiu de -0,25% em dezembro para 0,41% em janeiro. Esse avanço foi impulsionado pelo item “projetos”, cuja taxa passou de 0,00% para 0,52% no período.

Mão de obra

O índice de Mão de Obra registrou uma variação de 1,13% em janeiro, representando um aumento expressivo em relação aos 0,53% registrados em dezembro.

De acordo com FGV IBRE, este índice foi puxado por reajustes na cidade de Belo Horizonte. Em dezembro de 2024, representantes dos sindicatos patronal e dos trabalhadores assinaram a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2024/2025 do setor. O documento estabeleceu um reajuste salarial de 4,6%, além de mudanças para a valorização da mão de obra e a capacitação profissional. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (SindusconMG), outras medidas tomadas foram:

Adicional de hora extra reduzido para 80%, garantindo maior competitividade sem prejuízo à valorização do trabalhador.

Capacitação de 10% da força de trabalho, com subsídio da FIEMG, inclusive diretamente nas obras.

Pisos salariais alinhados ao novo salário mínimo, também vigentes a partir de janeiro de 2025.

Educação básica subsidiada pelo SESI para filhos de trabalhadores, promovendo maior inclusão e bem-estar.

Aumento da Selic

Ao mesmo tempo em que houve esta aceleração do INCC, no final de janeiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou o aumento da Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Para a Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), esta medida pode agravar os desafios econômicos, encarecer o crédito, desestimular investimentos e pressionar o orçamento das famílias.

“Medidas para controlar a trajetória crescente da dívida pública são essenciais para termos uma taxa de juros padrão saudável a médio e longo prazos. Isso vai destravar investimentos e incentivar o crescimento do país de forma sustentada. Conviver com juros elevados trava o desenvolvimento, reduz a geração de empregos e penaliza empresas e famílias”, comenta Luiz França, presidente da ABRAINC.

Ieda Vasconcelos, economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), destacou em informativo da instituição que este aumento fez a taxa Selic retornar para o patamar alcançado em agosto de 2023. “Particularmente para a Construção Civil a taxa de juros elevada foi, em 2024, o principal problema, conforme avaliação dos empresários do setor na Sondagem Indústria da Construção realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Nos últimos três meses de 2024, 34,1% dos empresários apontaram que esse foi o principal problema do setor. Em relação ao 3º trimestre de 2024 observou-se um incremento de 8,7 pontos percentuais”, pontua a economista.

Ainda, esse fator também contribuiu para a queda do Índice de Confiança (ICEI) do empresário do setor, em janeiro de 2025. “Pela primeira vez, nos últimos dois anos, o referido indicador ficou abaixo da linha de 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança. O recuo do indicador reflete a piora da avaliação dos empresários do setor em relação às condições atuais de negócios e em relação às expectativas”, informa Ieda.

Fontes

FGV IBRE – Instituto Brasileiro de Economia.

Luiz França é presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC).

Ieda Vasconcelos é economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Contatos

FGV IBRE – assessoria.fgv@insightnet.com.br 

ABRAINC – comunicacao@abrainc.org.br

CBIC – imprensa@cbic.org.br 


Jornalista responsável: 
Marina Pastore – DRT 48378/SP 
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