IBRACON debate ensino de engenharia e aponta soluções

Um dos pontos centrais está na formação dos professores mais novos, que possuem muita base teórica e pouco conhecimento prático

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Cesar Henrique Sato Daher: é preciso um “meio termo” entre a qualidade da universidade pública e a infraestrutura da universidade privada

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Um dos eventos paralelos à 59ª edição do Congresso Brasileiro do Concreto, que aconteceu de 31 de outubro a 3 de novembro, em Bento Gonçalves-RS, debateu o ensino de engenharia civil no país. O objetivo foi avaliar a qualidade, a capacidade de atualização das disciplinas e a legislação que rege as grades curriculares – principalmente, de graduação. O seminário, promovido pelo IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto) reuniu professores, alunos e gestores de instituições de ensino, além de representantes de organismos de classe ligados ao setor.

Segundo o professor Cesar Henrique Sato Daher, do Grupo IDD – promotor do encontro -, um dos temas debatidos foi o seguinte: profissionais experientes ministrando aulas versus profissionais recém-formados com pós stricto-sensu (mestrado e doutorado), mas que não possuem nenhuma experiência profissional. “Não somos contra os mestres e doutores nas universidades, muito pelo contrário, mas acho que eles devem focar mais na pesquisa científica aplicada ao mercado, ao desenvolvimento de novas técnicas e produtos. O que somos contra é recém-formados virem a dar aula sem terem, antes, alguma experiência de mercado. Não seria melhor termos professores com cancha, dividindo a sala de aula?”, afirma o especialista.

Comparativamente, Daher abordou a questão do ensino de engenharia civil nas universidades públicas e privadas. “As instituições públicas possuem professores excelentes, mas com metodologias mais tradicionais e uma exigência maior por parte dos estudantes. Não há relação de consumo especificamente, mas apenas de ensino. Por outro lado, não há grandes investimentos em infraestrutura e na avaliação dos professores. Já as maiores instituições de ensino privado investem em novas metodologias de ensino e em infraestrutura, mas têm professores nem sempre tão qualificados e principalmente, em geral, alunos com uma menor formação básica”, diz.

De acordo com Daher, são dois os desafios: melhorar o ensino médio, para que os estudantes cheguem com uma melhor formação à faculdade, e atingir um meio termo entre a forma de ensinar dos cursos de engenharia civil das universidades públicas e das privadas. Até por que, frisa o professor, atualmente a maioria dos novos engenheiros formados vem do ensino privado. Ele cita o mercado de Curitiba como exemplo. “Eu me formei no final da década de 1990, quando tínhamos engenharia civil praticamente em três instituições de ensino: UFPR, CEFET – hoje UTFPR – e PUC. Hoje, contabilizam-se 16 cursos de engenharia civil em Curitiba e região metropolitana”, relata.

Força-tarefa

No encontro ocorrido em Bento Gonçalves-RS, Cesar Henrique Sato Daher defendeu que as entidades de classe dos engenheiros (CONFEA, CREAs, Institutos e Clubes de Engenharia e SINDUSCONs) se unam em uma força-tarefa e se manifestem junto ao MEC (Ministério da Educação) para que ocorra uma reforma curricular na graduação de engenharia civil. Para ele, há dois problemas que precisam ser tratados como prioridade: a diminuição drástica da carga horária dos cursos e a metodologia antiga de ensino. “O conteúdo dos currículos diminuiu consideravelmente. Além disso, existem novas tecnologias no mercado, as quais as universidades em geral não acompanham”, destaca.

Por isso, a importância de seminários como o promovido pelo IBRACON, revela Daher. “A exigência do MEC por professores com mestrado e doutorado tem colocado nas escolas de engenharia professores que não tem nenhuma experiência de mercado, e que acabam ensinando apenas teoria. Isso gera uma grande defasagem entre a universidade e o mercado. Seminários como este são para movimentar a comunidade, e também gerar manifestos junto ao CONFEA e aos CREAs, para que eles levem isso ao MEC. Acreditamos que a comunicação tem que ser de baixo para cima, e não o inverso”, finaliza.

Entrevistado
Engenheiro civil Cesar Henrique Sato Daher, diretor do IBRACON-PR, vice-presidente da ALCONPAT Brasil, coordenador da câmara de materiais do IEP e diretor de planejamento do Grupo IDD

Contato: daher@idd.edu.br

Foto
Cesar Henrique Sato Daher: é preciso um “meio termo” entre a qualidade da universidade púb
lica e a infraestrutura da universidade privada
Crédito: Grupo IDD

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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