Hospitais investem em arquitetura diferenciada
Edifícios requerem cada vez mais peculiaridades em seus processos construtivos. Isso obriga conhecimento específico de quem projeta e constrói
Edifícios requerem cada vez mais peculiaridades em seus processos construtivos. Isso obriga conhecimento específico de quem projeta e constrói
Por: Altair Santos
Edifícios hospitalares requerem cada vez mais peculiaridades em seus processos construtivos. Isso obriga conhecimento específico de quem projeta e constrói. Não é à toa que há um novo segmento na engenharia civil e na arquitetura que tem atraído um bom número de profissionais. Trata-se do setor voltado exclusivamente à construção de hospitais, onde praticamente exige-se que as edificações sejam sustentáveis e com eficiência energética, além de seguras em termos de acessibilidade. “Apesar de ainda não existir uma certificação específica para construções hospitalares, assim como LEED e Aqua, por exemplo, arquitetos e engenheiros que trabalham com o tema procuram cada vez mais seguir estas orientações”, afirma o arquiteto Ronald de Goés, especialista em construção hospitalar.
Também faltam no Brasil disciplinas dentro dos cursos de engenharia civil e de arquitetura que abordem especificamente a construção hospitalar. “Há cursos de especialização em Brasília, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Na graduação, apenas no curso de arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) existe uma disciplina específica sobre o assunto. Também há os cursos da AEA Cursos, que é de São Paulo e oferece carga horária de 20 horas, o que fornece boas informações sobre o tema. Mas essa baixa oferta de especialização não é uma exclusividade do Brasil. Arquitetura hospitalar é um curso difícil de encontrar até mesmo na Europa”, cita Ronaldo de Goés, que há quase 40 anos é professor da UFRN.
Recentemente, o poder público, através da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Ministério da Saúde, passou a exigir projetos específicos nas licitações voltadas à construção de unidades da rede pública. Isso, segundo Ronaldo de Góes, melhorou sensivelmente a qualidade da arquitetura hospitalar. Porém, ainda há muito terreno para se avançar, diz o especialista. “Na média, os hospitais brasileiros estão aquém do desejado. Por exemplo, postos de saúde e prontos socorros sofrem com a ausência de arquitetura hospitalar. Sem contar que a grande maioria dos hospitais do país está instalada em prédios antigos, alguns com mais de 50 anos. Caberia uma política de retrofit para eles, mas nem se pensou nisso ainda”, critica.
Referências
Os hospitais brasileiros referência em arquitetura hospitalar são os da rede Sarah Kubistchek, em Brasília, o Sírio-Libanês e o Albert Einstein, em São Paulo, e o Miguel Arraes, em Recife. Recentemente, o escritório de Ronald de Góes foi contratado para projetar hospitais em Angola, na África, que atendessem requisitos de arquitetura hospitalar. Segundo ele, uma obra com esses parâmetros precisa pensar em mobilidade, controle de infecções e humanização dos ambientes. O arquiteto também tem em seu currículo o novo Hospital Naval, em Natal.
Entrevistado
Arquiteto e professor-doutor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Ronald de Goés, especialista em projetos hospitalares e de hotéis e diretor-técnico da Ronald de Góes Arquitetura
Contato: rgoesarq@interjato.com.br
Crédito Foto: Divulgação/Ronald de Goes Arquitetura
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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