Hora de qualificar a mão de obra da construção é agora
Motivo está relacionado à demanda por obras industrializadas, que tendem a crescer na pós-pandemia
Dentro dessa perspectiva, os engenheiros civis acreditam que o operário que empilha blocos para erguer paredes, e que recebe baixa remuneração, será substituído por trabalhadores com qualificação para atuar em sistemas construtivos mais tecnológicos e de execução mais rápida. “Treinar esse novo operário será também um desafio para as empresas, e esse é um bom momento de prepará-lo para a demanda que virá”, diz Luiz Henrique Ferreira, CEO da startup Inovatech Engenharia.
Ferreira ressalta ainda que o momento é de falar em eficiência e construção sustentável. Ele compara os processos de modernização da construção civil com aqueles pela qual a indústria automobilística passou no final do século passado, sinalizando que nem por isso houve desemprego em massa no setor. “A indústria automobilística passou por uma robotização incrível de suas plantas. Porém, os metalúrgicos não ficaram sem postos de trabalho, apenas tiveram que ser requalificados”, cita.
É necessário levar opções tecnológicas ao usuário, além da alvenaria convencional
Ainda sobre a industrialização da construção civil, o engenheiro civil vê um cenário semelhante ao que ocorreu com o setor automobilístico. “Se pegar todo o contingente de trabalhadores alocado em canteiro de obras, elevar a demanda de projetos e aumentar a produtividade, certamente não vai faltar vaga para os que se qualificarem. E essa é uma boa hora de investir em qualificação”, destaca o engenheiro civil, em sua participação no webinar “Gestão da obra em tempos de Covid-19 – a otimização de recursos para uma nova realidade”, promovido pela FEiCON BATiMAT.
Apesar de defenderem a construção industrializada, os palestrantes deixam claro que não têm nada contra o sistema de alvenaria convencional. “Não existe sistema construtivo ideal. Em algumas situações específicas, a alvenaria é a melhor solução. Mas o que estamos frisando é que é necessário levar opções tecnológicas ao usuário, para que ele rompa o preconceito que possui contra outros sistemas construtivos. Se a construtora vai executar um projeto customizado, obviamente a alvenaria é a melhor solução. Porém, se estamos falando em construir 150 unidades, em produção de larga escala, a industrialização é a melhor opção”, afirmam.
Principalmente – realça Luiz Henrique Ferreira – porque agora a construção civil vive a era do BIM (Building Information Modeling [Modelação da Informação da Construção]). No entanto, ele deixa claro que a ferramenta é muito mais que apenas um software e que, se usado de maneira incorreta, pode mais prejudicar o andamento da obra do que ajudar. “BIM é gestão da informação e exige que todos os envolvidos na obra tenham acesso aos dados. Além disso, necessita que a equipe responsável pela execução esteja bem treinada. Por isso, a importância de aproveitar a atual fase para qualificar os colaboradores”, finaliza.
Assista ao vídeo do webinar “Gestão da obra em tempos de Covid-19 – a otimização de recursos para uma nova realidade”
Entrevistados
Engenheiros civis Danilo Lorenceto, diretor da Lorenceto Engenharia, e Luiz Henrique Ferreira, CEO da startup Inovatech Engenharia, que participaram de webinar promovido pela FEiCON BATiMAT
Contato
feicon@reedexhibitionsbrasil.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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