Hermann Tilke: o engenheiro que reinventa autódromos

Profissional alemão revoluciona a arquitetura das pistas. Hoje, é o projetista de 65 circuitos localizados na Europa, Ásia e América do Norte

Profissional alemão revoluciona a arquitetura das pistas. Hoje, é o projetista de 65 circuitos localizados na Europa, Ásia e América do Norte

Por: Altair Santos

Hermann Tilke atesta que, como piloto, transformou-se em um excelente engenheiro civil e arquiteto. Após não dar certo nas pistas, procurou dar vazão à sua paixão projetando autódromos pelo mundo. A partir de seus conceitos – que não se limitam ao traçado, mas à arquitetura que envolve os complexos voltados para o automobilismo e o motociclismo -, ele revolucionou o significado de autódromo.

Hermann Tilke: após atuar na construção de rodovias, ele transformou o conceito de autódromo
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Além de corridas de carros ou motos, os projetos desse alemão de 60 anos englobam outros empreendimentos, pois no entorno dos traçados são construídos hotéis, centros comerciais e até shopping centers. Isso dá vida às estruturas, mesmo quando não há competição. Mas não é só isso que faz Hermann Tilke ser hoje o número um em construção de autódromos no mundo. Sua principal qualidade está no fato de projetar pistas extremamente seguras.

Engenheiro com especialidade em projetos de rodovias, Tilke trabalhou por 10 anos atuando em obras de autopistas na Alemanha e em outros países, como Áustria e Suíça. De lá, trouxe conceitos inovadores para dentro dos autódromos. Entre eles, grandes áreas de escape revestidas em concreto, em vez das tradicionais britas, onde os carros atolavam e corriam o risco de capotar, como ocorreu com Ayrton Senna no GP do México em 1991. Pesquisa desenvolvida por ele revelou que o gripping do concreto aumenta o poder de frenagem do carro em até 40%.

De autódromos a hospitais

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Hoje, Hermann Tilke tem em seu currículo 65 autódromos construídos. Os mais recentes incluem a total reestruturação do circuito Hermanos Rodriguez, na Cidade do México, onde a Fórmula 1 voltou a competir, e o traçado na capital do Azerbaijão, Baku, que receberá a principal categoria do automobilismo mundial em 2016. “Quando projeto um circuito, preciso pensar nos pilotos, que querem acelerar e ultrapassar; nas equipes, que querem ganhar corridas, mas preservar seus pilotos e carros, e no público, que quer ver emoção, mas não quer o trauma de graves acidentes”, explica.

Tanto a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) quanto a FIM (Federação Internacional de Motociclismo) fazem questão de colocar suas principais categorias – F1 e MotoGP – correndo em autódromos desenhados por Hermann Tilke. No atual calendário da Fórmula 1, por exemplo, só os tradicionais autódromos de Spa-Francorchamps, na Bélgica; Monza, na Itália; Mônaco, na Europa; Interlagos, no Brasil, e Suzuka, no Japão, não foram projetados por Tilke.

A forma como concebe a construção da infraestrutura que envolve os autódromos, incluindo boxes, arquibancadas, paddocks e centros médicos, tem levado Hermann Tilke para outras áreas. Sua empresa, a Tilke Engenheiros e Arquitetos, já foi contratada para projetar hospitais, hotéis e até estádios de futebol. Porém, ele garante que sua paixão é desenhar circuitos. “Para quem gosta de engenharia, calcular uma curva, prevendo o que um carro irá fazer nela, muitas vezes a 200 km/h, é indescritível”, assegura o engenheiro alemão.

Entrevistado
Engenheiro civil e arquiteto Hermann Tilke (via assessoria de imprensa)

Contatos:
mailbox@tilke.de
www.tilke.de

Créditos Fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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