Gestão sustentável viabiliza produtividade na obra
Empreendimentos que buscam certificações green buildings trazem atrelados aos seus projetos fundamentos da construção industrializada
Empreendimentos que buscam certificações green buildings trazem atrelados aos seus projetos fundamentos da construção industrializada
Por: Altair Santos
Um bom caminho para conseguir melhorar a produtividade no canteiro de obras é aderir a certificações sustentáveis. Os conceitos para quem busca o selo de “prédio verde” para um empreendimento já trazem atrelados processos que melhoram o desempenho da obra. Entre eles, baixa geração de resíduos, o uso da logística para minimizar desperdícios, emprego de mão de obra mais especializada, e em menor número, e o uso de sistemas construtivos industrializados.
Quem aponta os pontos em comum entre gestão sustentável e produtividade na obra é o engenheiro civil Daniel Ohnuma, gerente de consultoria em sustentabilidade do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), e que no dia 13 de agosto palestrou no Greenbuilding Brasil 2015, com o tema “Canteiros de obras: reduzindo o custo do m² com a sustentabilidade”. “Obras que buscam mais produtividade buscam industrialização do canteiro de obras. Isso coincide com a gestão sustentável, que também prega uso menor de mão de obra, menor geração de resíduos e uso da logística para reduzir o desperdício, entre outros requisitos”, destaca.
Daniel Ohnuma garante que esses preceitos já são praticamente obrigatórios, sob o ponto de vista do business, para quem se propõe a construir empreendimentos comerciais. “O discurso romântico da sustentabilidade ficou para trás. Agora, é negócio. Principalmente, para empreendimentos comerciais. Sem green building, o prédio não é competitivo e vai ter dificuldade para vender uma laje. Diante deste novo cenário, cai também a tese de que obras sustentáveis são caras. A economia com água e energia para operar esses edifícios faz com que eles se paguem muito rapidamente”, diz.
Incentivo das cidades
O próprio poder público passou a ser um ator importante na disseminação de empreendimentos sustentáveis, cujas obras consolidam avanços na produtividade. As cidades do Rio de Janeiro-RJ, Guarulhos-SP e Belo Horizonte-MG, por exemplo, têm hoje suas próprias certificações. Obviamente, elas se baseiam em conceitos já consolidados nas plataformas LEED e Aqua, mas são importantes para multiplicar a gestão de obra sustentável. Além disso, oferecem vantagens a quem adere às certificações. Entre elas, descontos em registros de projetos nas prefeituras e abatimento no IPTU.
Independentemente do município em que se constrói a obra, é do interesse dos empreendedores aderirem à gestão sustentável. Atualmente, um bom exemplo deste tipo de construção está às margens da Marginal Pinheiros, na cidade de São Paulo, sob a responsabilidade da construtora Odebrecht. Trata-se do Parque da Cidade – um bairro verde incrustado na maior cidade do país -, que persegue conceitos de “prédio verde”, com ganhos de produtividade. O mix de edificações comerciais e residenciais aposta em sistemas construtivos mistos de aço com elementos pré-fabricados de concreto, além de banheiros prontos que se encaixam na obra e paredes de vedação em drywall. “Esse é o padrão de obras que veremos cada vez mais no país”, avalia Daniel Ohnuma.
Entrevistado
Mestre em engenharia civil Daniel Ohnuma, gerente de consultoria em sustentabilidade do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações)
Contato: daniel@cte.com.br
Créditos fotos: Divulgação/Cia. Cimento Itambé/Odebrechet
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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