Futuro das pontes está no concreto de ultra-alto desempenho

Cresce uso do material em obras de arte nos EUA, principalmente quando aliado à construção industrializada

Conexões entre pilares e vigas construídas com CUAD se mostram eficazes para aumentar a resistência de pontes. Crédito: FIU
Conexões entre pilares e vigas construídas com CUAD se mostram eficazes para aumentar a resistência de pontes.
Crédito: FIU

Chefe do departamento de engenharia civil da Universidade Internacional da Flórida (Florida International University [FIU]), o professor-doutor Atorod Azizinamini participou recentemente de webinar para explicar a tecnologia da qual está à frente, e que utiliza o concreto de ultra-alto desempenho (CUAD) na recuperação de pontes antigas e na construção de novas obras de arte. O encontro foi promovido pelo Instituto de Engenharia, Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto) e Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto).

O CUAD, que em inglês recebe a abreviatura de UHPC (ultra-high performance concrete) tem sido utilizado em dois tipos de obras nos Estados Unidos: na recuperação de pilares de pontes e na construção de pilares sem a utilização de fôrmas. No primeiro caso, os pilares de pontes antigas, algumas com mais de 50 anos, são recobertos com camadas de concreto de ultra-alto desempenho. Nos testes, as estruturas revestidas foram submetidas a cargas laterais axiais e cíclicas verticais constantes e o resultado mostrou que houve aumento de resistência dos elementos. 

Quanto às pontes novas, a FIU desenvolveu fôrmas pré-fabricadas de CUAD. Quando prontas, são transportadas ao local da obra e montadas. Depois, recebem preenchimento com concreto armado, formando a estrutura do pilar. A tecnologia, além de dar maior resistência às estruturas, acelera o processo de construção, pois elimina a etapa de montagem e desmontagem de fôrmas. De acordo com Atorod Azizinamini, além de melhorar o desempenho estrutural, os elementos pré-fabricados de concreto de ultra-alto desempenho atuam como uma camada protetora em ambientes agressivos.

O professor-doutor da FIU também mostrou no webinar a eficácia da aplicação do CUAD nas conexões entre pilares e vigas. Da mesma forma, o material é eficaz para a construção de tabuleiros. Mas não para por aí a utilização do concreto de ultra-alto desempenho. Ele se revela também altamente competente para o uso em impressoras 3D e para o concreto projetado. “No revestimento de túneis, o uso de concreto projetado convencional requer camadas de até 15 centímetros. Já com o UHPC, essa camada pode ser de 3 centímetros”, explica Atorod Azizinamini.

Pré-fabricação só tem a ganhar com o uso do UHPC, diz especialista

Tabuleiro com elementos pré-fabricados de concreto de ultra-alto desempenho: material atende vários requisitos para construção de pontes Crédito: FIU
Tabuleiro com elementos pré-fabricados de concreto de ultra-alto desempenho: material atende vários requisitos para construção de pontes
Crédito: FIU

Segundo a Administração Federal de Rodovias (FHWA) – agência ligada ao Departamento de Transportes dos EUA – aproximadamente 200 pontes nos Estados Unidos já utilizam algum componente de concreto de ultra-alto desempenho em suas estruturas. Sejam construções novas ou que passaram por processo de recuperação. Também cresce o número de pontes pré-fabricadas que utilizam o material. “A pré-fabricação só tem a ganhar com o uso do UHPC”, estima Atorod Azizinamini. Uma das razões, é que o CUAD pode atender expectativa de vida útil de 200 anos ou mais, mesmo em ambientes exigentes, e alcançar facilmente resistências superiores a 150 MPa.

Outro detalhe abordado no webinar pelo professor-doutor da FIU é que o preço do m3 do concreto de ultra-alto desempenho vem baixando ano a ano nos Estados Unidos. Hoje é possível encontrá-lo com valores entre 900 e 1.000 dólares. No começo de sua aplicação, o m3 chegava a custar 5.000 dólares. Apesar do valor ainda elevado, o CUAD pode gerar economia no tempo de execução de obras de arte, no consumo de agregados, além de requerer menos vergalhões em seus elementos – de 5% a 10% a menos, dependendo do tipo de estrutura. “Não tenho dúvida de que o futuro das pontes está no concreto de ultra-alto desempenho”, atesta Atorod Azizinamini. 

Assista ao webinar com o professor-doutor Atorod Azizinamini (requer conhecimento do inglês)

Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Utilização de UHPC em pontes norte-americanas”, com o professor-doutor Atorod Azizinamini, promovido pelo Instituto de Engenharia, Ibracon e Abcic

Contato
aazizina@fiu.edu

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



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