Fumaça das termelétricas ajuda a produzir cimento
Tecnologia em teste na Califórnia se inspira na natureza para captar dióxido de carbono e transformá-lo em carbonato de cálcio
Tecnologia em teste na Califórnia se inspira na natureza para captar dióxido de carbono e transformá-lo em carbonato de cálcio
Por: Altair Santos
O coprocessamento de resíduos pela indústria do cimento está dando mais um passo no combate à emissão de CO2 na atmosfera. Nos Estados Unidos, onde existem 2.775 usinas termelétricas a gás e a carvão em atividade, uma experiência na Califórnia pode ajudar a diminuir sensivelmente a liberação de dióxido de carbono – considerado o principal causador do efeito estufa.

A Calera – empresa californiana que pesquisa tecnologias para o reúso do carbono – assegura que está conseguindo retirar até 90% do CO2 da fumaça emitida pela usina Moss Landing, transformando-o em ácido carbônico e depois em carbonato de cálcio (CaCO3). O mineral é matéria-prima para a produção de Cimento Portland. Além da Calera, a Carbon Sciences, também com sede na Califórnia, faz pesquisa semelhante.
O pioneiro é o especialista em biomineralização Brent Constantz, da Universidade de Stanford. “Tudo o que precisamos é de água e poluição”, diz. O processo consiste em transformar o CO2 em ácido carbônico H2CO3, utilizando o próprio calor da fumaça para gerar água (H2O). “Da mistura de água com o gás poluente resulta uma lama de carbonato (CO3), que depois é transformada em carbonato de cálcio”, explica Constantz.
O que inspirou a pesquisa foram os corais e as ostras, que produzem recifes e conchas a partir do carbonato de cálcio, retirando o CO2 do mar e ajudando a equilibrar o pH dos oceanos. Brent Constantz chama isso de “biomimética”, ou seja, mimetizar processos químicos que ocorrem na natureza. O pesquisador lembra que a lama de carbonato é misturada à água do mar, rica em cálcio, para que seja extraído o carbonato de cálcio.
Aliança com o meio ambiente
Brent Constantz assegura que sua invenção trará um ganho ambiental significativo para a indústria cimenteira. “Em vez de minerar calcário para extrair a calcita, a fim de produzir Cimento Portland, esse processo pode ser substituído pela retirada de carbonato de cálcio da poluição”, afirma. “Estamos falando da reutilização do carbono de forma produtiva e economicamente sustentável”, completa.
Ainda segundo o pesquisador, sua invenção pode mudar completamente o ambiente construído nas cidades. “Hoje, os arquitetos pensam: como posso minimizar a quantidade de concreto que estou usando no meu projeto? A preocupação deles é reduzir a pegada de carbono tanto quanto possível. Em vez disso, podemos ver o ambiente construído como um lugar para sequestrar dióxido de carbono. O concreto pode se tornar um aliado do meio ambiente”, assegura.
Para Brent Constantz, um dos maiores beneficiados pela sua invenção pode ser o pavimento de concreto. “Em vez do asfalto, que é um grande emissor de CO2, o concreto que utiliza o carbonato de cálcio extraído das usinas retém o dióxido de carbono. Além disso, o custo da produção de concreto também tende a reduzir”, avalia. As pesquisas da Calera começaram em 2008. Já a Carbon Science, que também iniciou seus estudos em 2008, partiu para outra linha de pesquisa. O objetivo é extrair hidrocarbonetos do CO2, para transformá-los em combustível.
Saiba mais sobre a pesquisa de Brent Constantz:
Entrevistado
Brent Constantz, Ph.D em biomineralização, professor-doutor da Universidade de Stanford e CEO da Blue Planet
Contatos
info@blueplanet-ltd.com
www.blueplanet-ltd.com
www.carbonsciences.com
Crédito Foto: Blue Planet
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cadastre-se no Massa Cinzenta e fique por dentro do mundo da construção civil.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.

Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
26/03/2025
Pavimento urbano de concreto em loteamentos: é viável?
O pavimento de concreto vem sendo cada vez mais utilizado em rodovias e cidades. Mas como fica seu uso em loteamentos? Loteamento Smart Urba Vila Profeta, em Campinas (SP),…
26/03/2025
Seminário internacional mostra que projetos de retrofit causam impacto direto na valorização imobiliária
Vista aérea do projeto Cidade Matarazzo, que passou por um processo completo de retrofitCrédito: Divulgação O retrofit tem se consolidado como uma solução essencial para a…
26/03/2025
Innova Build Conference estreia no Brasil e discute sistemas construtivos inovadores para os setores da engenharia e construção
Uma das 300 casas impressas em 3D no Texas (EUA)Crédito: Divulgação/Icon Build A primeira edição brasileira do Innova Build Conference (IBC) aconteceu em São Paulo no dia 1º de…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
