fib Symposium ReConStruct discute construções resilientes
Evento na Nova Zelândia também trouxe soluções para redução das emissões de carbono e design sustentável
Entre 2010 e 2011, a cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, foi atingida por um terremoto devastador, que destruiu o centro da cidade e resultou na demolição de centenas de prédios. Em resposta ao desastre, a cidade se reestruturou de forma ágil, implementando técnicas projetadas para resistir a abalos sísmicos e incorporando tecnologias inovadoras. Em novembro de 2024, Christchurch foi escolhida para sediar o evento fib Symposium ReConStruct – Resilient Concrete Structures, dedicado a discutir temas como construções resilientes, redução das emissões de carbono e design sustentável.
Construções resilientes
Íria Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) e presidente eleita da fib (2025-2026), que esteve presente no evento, relata que as recentes atividades sísmicas promoveram mudanças significativas no código de construção do país. “Pesquisas vêm sendo conduzidas constantemente para implementar desempenho no que diz respeito à resistência a sismos. Um dos trabalhos que mais me chamou a atenção é o estudo conduzido pela Universidade de Canterbury, ReCast Floors, um programa destinado a pesquisar o comportamento e a melhoria do desempenho de lajes pré-fabricadas, uma vez que a pré-fabricação em concreto é largamente utilizada no país devido às possibilidades de amortecimento nas ligações, que colaboram de forma positiva para a estrutura”, comenta.
Além disso, Íria aponta que o retrofit é outro tema relevante no que tange ao reaproveitamento das estruturas sempre que possível. “É um trabalho constante de investigação e pesquisa para endereçar as melhorias necessárias, tendo a resiliência como prioridade. É algo em constante movimento e que requer uma condução estratégica, com muita seriedade, bom senso e integração entre todos os envolvidos no processo.”
Concreto e construções resilientes
A presidente da Abcic ressalta que o concreto, em suas diferentes aplicações, é um material que se correlaciona de forma importante com os temas da sustentabilidade e da resiliência.
“Esse fato se deve a uma de suas principais características de desempenho: a durabilidade. É ela que suporta as variações climáticas ao longo do tempo ou das fases da vida útil de uma estrutura. Por essa razão, de forma global, é um tema que tem sido cada vez mais aprofundado, discutido e enfatizado, como no recém-publicado MC 2020 (Código Modelo das Estruturas de Concreto), lançado pela fib (The International Federation for Structural Concrete)”, relata Íria.
Íria também acredita que, indiscutivelmente, o concreto é e continuará sendo o material de construção mais utilizado no mundo, devido ao seu custo, aos critérios de desempenho e à disponibilidade de materiais em todas as regiões do planeta. Além disso, a presidente da Abcic pontua que, com os avanços tecnológicos, o concreto se tornará cada vez mais “verde” e inteligente em suas distintas formas de aplicação, o que inclui projeto e construção das novas estruturas, mas também avaliação (diagnóstico), acompanhamento e manutenção das estruturas existentes. “É consenso que precisamos atuar em ambas as situações”, defende.
Smart Concrete
Na opinião de Íria, a indústria da construção civil, de forma geral, está passando por uma importante transformação no mundo, na qual o concreto tem um papel relevante e deve ser utilizado cada vez mais de forma inteligente – o “smart concrete”.
“Isso envolve todos os stakeholders, que devem estar unidos e alcançar importantes consensos. É preciso respeitar a história e a cultura da construção civil dos distintos países. Por essa razão, ter referências internacionais é muito relevante, mas é necessário ter cuidados ao implementá-las sem a análise adequada para cada país. É pensar globalmente, mas agir localmente. Temos desafios importantes a serem superados, como a produtividade, a escassez de mão de obra que, devido às transformações sociais, começa a afetar o mundo todo, os impactos geopolíticos que alteram os custos dos insumos, a nova geração que muda contextos e realidades de mercado, as mudanças climáticas e a busca pela neutralidade de carbono. Enfim, a agenda é ampla e demandará muitos esforços de todos, de forma globalizada e permanente, nos próximos anos”, conclui Íria.
Entrevistada
Íria Doniak é presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) e presidente eleita fib (2025-2026).
Contato
Assessoria de imprensa Abcic – sylvia@meccanica.com.br
Jornalista responsável:
Marina Pastore – DRT 48378/SP
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