Falta de especialização torna crítica segurança do trabalho

Segundo dados recentes da Previdência Social, índice de acidentes aumenta, principalmente, pela falta de qualificação da mão de obra

Segundo dados recentes da Previdência Social, índice de acidentes aumenta, principalmente, pela falta de qualificação da mão de obra

Por: Altair Santos

Dados da Organização Internacional do Trabalho apontam que, no Brasil, morrem anualmente 57 mil pessoas vítimas de acidente de trabalho. A metodologia do organismo leva em consideração, inclusive, óbitos causados por doenças relacionadas ao trabalho. Já os números do DataSUS – banco de dados da Previdência Social – são bem mais modestos. Consideram apenas como três mil por ano as mortes causadas por acidentes de trabalho, mas se limita às ocorrências registradas somente no ambiente da empresa. Essas estatísticas controversas foram reveladas pelo diretor estadual do Sintesp (Sindicato dos Técnicos de Segurança do Estado de São Paulo) Cosmo Palasio de Moraes Jr., em recente palestra no Workshop 2014, promovida pela Sobratema em São Paulo-SP.

Palasio de Moraes Jr: na Espanha, a segurança do trabalho hoje é modelo. Tem norma até para uso de espátula

Independentemente da estatística que for levada em consideração – se da OIT ou do DataSUS -, Palasio alerta que a construção civil tem um percentual significativo no volume de acidentes. “Pelo menos 40% destas mortes ocorrem em canteiros de obras”, estima, afirmando que a falta de especialização dos profissionais contratados é um dos fatores que ajudam a tornar crítica a segurança do trabalho dentro do setor. “Há pouco treinamento. O pessoal avalia que instalar a CIPA basta, quando a realidade é outra. Estudos revelam que trabalhadores submetidos a atividades de risco costumam, com o decorrer do tempo, sofrer um processo de desligamento do cérebro para o perigo. Significa que se o trabalhador estiver em um andaime, a 50 metros de altura, ele não avaliará o risco. Para minimizar o perigo, é preciso treinamento”, diz.

Palasio alertou que o Brasil tem uma boa legislação, mas é mal trabalhada. Ele citou como exemplo a NR 35 (Norma Regulamentadora sobre trabalho em altura) a qual permite rastrear com precisão os cumprimentos das regras de segurança. No entanto, ele destaca que apenas leis não bastam. “É preciso investir na mudança de comportamento das pessoas. Cultura não se muda com lei”, destaca, citando como exemplo o trabalho feito na Espanha ao longo de um período de dez anos. “A Espanha liderava os acidentes de trabalho na Europa. Até que o país decidiu dar uma guinada na segurança de trabalho. O país investiu em treinamento e também em pesquisa sobre equipamentos para melhorar a segurança no trabalho. Resultado: hoje, lá, existe espátula para tudo dentro do canteiro de obras”, relata.

Prejuízo às exportações
O diretor estadual do Sintesp alerta que o Brasil, por conta dos números da OIT, enfrenta dificuldades para exportar seus produtos. “Em alguns países há sobretaxa sobre os manufaturados nacionais, pois lá fora as empresas brasileiras têm o rótulo de mutiladoras de trabalhadores. Quando não há sobretaxa, o importador pede documentos que comprovem que a empresa tem baixo índice de acidentes de trabalho, ou seja, a extensão deste problema atinge a imagem do país lá fora”, comenta Cosmo Palasio de Moraes Jr. De acordo com dados da OIT, o Brasil é o quarto país no mundo em número de acidentes de trabalho, atrás apenas de China, Estados Unidos e Rússia.

Números da OIT sobre segurança e saúde no trabalho
•    2,02 milhões de pessoas morrem a cada ano devido a enfermidades relacionadas com o trabalho.
•    321 mil pessoas morrem a cada ano como consequência de acidentes no trabalho.
•    160 milhões de pessoas sofrem de doenças não letais relacionadas com o trabalho.
•    317 milhões de acidentes laborais não mortais ocorrem a cada ano.
•    A cada 15 segundos, um trabalhador morre de acidentes ou doenças relacionadas com o trabalho.
•    A cada 15 segundos, 115 trabalhadores sofrem um acidente laboral.

Entrevistado
Cosmo Palasio de Moraes Jr., especialista em segurança no trabalho e diretor estadual do Sintesp (Sindicato dos Técnicos de Segurança do Estado de São Paulo)
Contato: sintesp@sintesp.org.br

Crédito Foto: Divulgação/Sobratema

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo