Fachadas ventiladas vão além da função estética

Norma de Desempenho impulsiona sistema construtivo vinculado a construções industrializadas e faz grandes grupos investirem em tecnologias

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Por: Altair Santos

Criadas nos países da Escandinávia, nos anos 1940, as fachadas ventiladas surgiram para cumprir desempenho térmico. O objetivo era conter os ventos gelados do rigoroso inverno sueco, dinamarquês e norueguês. Nos anos 1980, os ingleses lhes deram função estética e incorporaram também qualidade acústica. No Reino Unido, as fachadas ventiladas agregaram novos conceitos e fizeram dos britânicos os maiores exportadores desta tecnologia construtiva. Parte desta evolução pode ser vista na 13ª edição da Expo Revestir, realizada na primeira semana de março de 2015, na cidade de São Paulo, durante a palestra do arquiteto Brian G. Newell.

Brian G. Newell: Brasil começa a acompanhar as tendências internacionais

Criador de inovações, o especialista surpreendeu-se com os mais recentes projetos de fachadas ventiladas executados no Brasil. “Pelos cases apresentados no evento, percebo que engenheiros, projetistas e arquitetos brasileiros estão acompanhando as tendências internacionais. Também agradou as tecnologias desenvolvidas no país”, disse Brian G. Newell. O que impulsiona o uso deste sistema, principalmente em edifícios corporativos recentemente construídos, é a Norma de Desempenho. Os procedimentos da ABNT NBR 15575 – Edificações Habitacionais – Desempenho -, adequados às fachadas ventiladas tornaram exemplares construções como o shopping JK Iguatemi e o Edifício Odebrecht, ambos na cidade de São Paulo, assim como o prédio central do Sesc, em Goiânia-GO.

Em comum, essas edificações investiram em construções industrializadas do concreto ou em elementos mistos (concreto e aço ou aço e alvenaria). As obras, que foram executadas entre 2012 e 2013, também buscaram o selo de “prédio verde”. Por isso, além de requinte, as fachadas precisaram assegurar sustentabilidade aos empreendimentos. Para atingir os níveis exigidos, tanto o Edifício Odebrechet quanto o shopping JK Iguatemi apostaram em elementos de vitrocerâmica, os quais usam placas de crystalato importadas do Japão pela Eliane. “A vantagem deste material em relação ao vidro é que ele tem baixíssima absorção de água, não altera a cor por causa de raios UV (ultravioleta) e resiste a pichações”, explica Karina Campos, gerente da Eliane Técnica.

Insertada não é ventilada
Outra empresa que tem atuado na fabricação de produtos para fachadas ventiladas é a Portobello. Desde 2013, Luiz Henrique Manetti gerencia a Portobello Técnica, a qual atua em parceria com a espanhola Favenk. “Quando decidimos criar a Portobello Técnica, já vínhamos de doze anos de desenvolvimento de elementos específicos para atender o mercado nacional de fachadas ventiladas. Considero que, antes dos cases citados neste fórum, 80% das fachadas que se dizem fachadas ventiladas no Brasil são, na verdade, fachadas insertadas, ou seja, fixadas diretamente na alvenaria. Isso traz problemas de desnivelamento, qualidade e segurança. Há muitos relatos de fachadas insertadas caindo semanalmente no país”, relata Manetti.

A Portobello Técnica atuou na fachada do prédio do Sesc, em Goiânia. Para Luiz Henrique Manetti, há um imenso mercado a ser conquistado no Brasil no que se refere a aliar fachadas ventiladas a construções industrializadas. O engenheiro, que é um dos integrantes da ABNT/CB-2 – comitê responsável pela elaboração da Norma de Desempenho -, avalia que a NBR 15575 tende a promover o crescimento deste tipo de sistema construtivo no país, mas ainda há obstáculos a serem superados. Entre eles, a falta de normas específicas para fachadas ventiladas e a pouca nacionalização de componentes. Mesmo assim, o vice-presidente do SindusCon-SP, Odair Senra, estima que as crises hídricas e energéticas também servirão de estímulo ao avanço das fachadas ventiladas no Brasil. “Além de combinar funções estéticas com bom desempenho, elas contribuem para reduzir cargas de condicionamento de ar, um fator importante a ser levado em consideração em tempos de crise hídrica e energética”, finaliza.

Entrevistados
– Engenheiro civil Luiz Henrique Manetti, gerente da Portobello Técnica
– Engenheira civil Karina Campos, gerente da Eliane Técnica
Arquiteto Brian G. Newell, fundador e CEO da Shackerley e membro do British Standards Institute B539 Committee
Contatos
info@exporevestir.com.br
http://www.eliane.com/engenharia
http://www.portobello.com.br/contactForm
http://www.shackerley.com/contact-technical.asp

Créditos Fotos: Divulgação e Divulgação/Cia. Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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