Na Catalunha, fábricas de cimento viram museus e mansões
Unidades desativadas entre os anos 1960 e 1970 são reinventadas por arquitetos, sem perder suas características e suas estruturas de concreto
Unidades desativadas entre os anos 1960 e 1970 são reinventadas por arquitetos, sem perder suas características e suas estruturas de concreto
Por: Altair Santos

Na segunda metade do século passado, o governo da região da Catalunha, na Espanha, reformou sua política industrial. Isso levou várias fábricas localizadas em áreas urbanas a mudar para regiões menos povoadas. Foi assim com indústrias automobilísticas, siderúrgicas, madeireiras e cimenteiras. Algumas estruturas deixadas para trás foram demolidas e deram lugar a condomínios. Outras se mantiveram intactas e suas estruturas cederam espaço a projetos inimagináveis. Em especial duas fábricas de cimento, que foram transformadas em um museu e uma mansão.
Construída em 1904, a fábrica de cimento Asland teve parte de sua estrutura encravada nas rochas das colinas de Castellar de n’Hug, o que fez com que a edificação fosse declarada patrimônio arquitetônico da Catalunha, após a desativação da indústria, em 1975. O prédio ficou abandonado até 1992, quando a associação de engenheiros da Catalunha, em parceria com o Museu da Ciência e da Tecnologia da Catalunha, conseguiu viabilizar o projeto para transformar a construção no Museu do Cimento da Catalunha, inaugurado em 2005. A edificação também foi declarada monumento histórico da Espanha.
Dois anos antes de fechar a fábrica de cimento em Castellar de n’Hug, em 1973, o arquiteto catalão Ricardo Bofill descobriu uma outra cimenteira que estava encerrando as atividades na localidade de Sant Just Desvern, no entorno de Barcelona. “Foi a região onde passei minha infância e adolescência. Não tinha como adquirir aquela estrutura maciça e transformá-la em minha casa e também em meu local de trabalho”, diz Bofill. O arquiteto afirma que a adequação do prédio foi como “esculpir uma obra de arte”. Por isso, o retrofit da fábrica já dura mais de 40 anos. “A impressão é que não vai acabar nunca”, afirma.
Catedral

Ricardo Boffil preservou estruturas como silos e túneis que eram usados para o transporte do cimento. Na área de 5 mil m² da mansão, ele projetou oito quartos, doze banheiros – quatro servem apenas os escritórios – e preservou o pé-direito de 10 metros. Ao concreto da fábrica, ele agregou madeira, vidro e materiais cerâmicos para transformar o ambiente interno. Externamente, criou jardins e uma ampla área verde que cerca o prédio, além de um teto verde para ajudar no resfriamento da mansão. A fábrica ganhou um ar de “catedral”, que é como a população vizinha à mansão decidiu chamá-la.
As transformações de cimenteiras na Catalunha coincidem com o reaquecimento da indústria do cimento na região. A expectativa é que o setor cresça de 4% a 5% em 2017. Obras ferroviárias e o novo aeroporto de El Prat impulsionam o consumo. Além disso, Barcelona – principal cidade da região – tem ganhado um novo perfil econômico, concentrando a construção de vários centros logísticos que distribuem produtos para toda a Europa. A expectativa é que a produção de cimento feche 2017 alcançando 4,3 milhões de toneladas na Catalunha. Três novas plantas de cimenteiras estão planejadas para a região, desde que o crescimento se confirme e se torne sustentável até 2020.
Entrevistados
– Museu da Ciência e da Tecnologia da Catalunha (Museu Nacional de la Ciència i de la Tècnica de Catalunya (mNACTEC)) (via departamento de comunicação)
– Museu de Cimento da Catalunha (Museu Del Ciment Asland de Castellar de n’Hug) (via departamento de comunicação)
– Ricardo Bofill Arquitetos (via departamento de comunicação)
Contatos
direcció.mnactec@gencat.cat
castellarh@diba.cat
press@bofill.com
Crédito Fotos: Divulgação/RicardoBofill.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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