Expansão da linha 1 da Trensurb
Metade da obra de expansão da linha 1 do metrô de Porto Alegre está concluída. Saiba mais sobre o empreendimento.
Obra no metrô gaúcho alia respeito ao meio ambiente a inovações tecnológicas
Por: Michel Mello
Metade da obra de expansão da linha 1 do metrô de Porto Alegre, capital gaúcha, já está concluída. Integrando as obras do PAC no estado do Rio Grande do Sul, o empreendimento teve investimento, até agora, de R$ 720 milhões, e conta com mais de nove quilômetros de extensão, onde serão utilizados 46.000 m³ de concreto. O metrô de Porto Alegre é operado em conjunto pelo governo federal, governo do estado e pela prefeitura de Porto Alegre através da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A (Trensurb).
A obra é executada pelo Consórcio Nova Via, uma parceria entre as construtoras Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez, Toniolo/Busnello e T’Trans. E vem sendo realizado por trechos independentes durante a sua execução, o que garante maior agilidade e rapidez ao empreendimento. No mês de junho de 2010, a obra de expansão chegou à metade, com 4,9 km já concluídos.
Para o engenheiro Rudimar Berti, gerente de Produção do Consórcio Nova Via, as principais dificuldades durante a execução das obras são as condições climáticas e as dificuldades em se construir em uma indústria a céu aberto. “Ficamos sempre à mercê de dias ensolarados ou pelo menos sem chuva para termos um bom rendimento no trabalho. Até o frio é um componente complicador, pois reduz a eficácia da reação química que ocorre durante o processo de cura do concreto, aumentando o tempo para utilização das peças que são produzidas”, afirma.
O cimento da obra foi fornecido pela Cia. de Cimento Itambé. A Concresul, de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, instalou uma moderna central de concreto automatizada com capacidade de 55 m3/hora e três silos para estocagem do cimento. Esta central atende tanto o concreto para as fundações e pilares como para as vigas pré-moldadas e aduelas das pontes.
Ao término, o projeto do metrô ligará as cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo, integrando a região metropolitana a capital do estado, com 21 estações, totalizando mais de 44 km de extensão. O maior impacto desta obra para as duas cidades é a conquista de um equipamento de transporte público barato, seguro e moderno, para uma demanda superior a 300 mil usuários.
Respeito ao meio ambiente
Foi construída uma indústria de pré-moldados no local, o que diminui o tempo de execução dando mais agilidade na entrega de materiais no canteiro de obras. Esta alternativa também não produz um grande volume de entulho, garantindo menor volume de lixo. Foram utilizadas, também, formas metálicas em arco nas estruturas, sempre que possível, reduzindo a utilização de madeira.
O sistema utilizado para a construção das pontes é chamado de balanço sucessivo. Este método pode ser aplicado a qualquer tipo de tipologia – vigas contínuas, arcos e tirantes – que é feito a partir de um escoramento no pilar de partida. A cada três dias um trecho novo é concretado. E isso garante a estabilidade do processo. Por outro lado, exige um engastamento garantido do balanço. Após a colocação de treliças metálicas a obra avança simetricamente com o dispositivo de deslocamento da forma até a metade do vão subsequente.
O processo de construção em balanços evita a colocação de pilares no leito do rio. Deste modo, reduz o impacto ambiental. Não obstruindo o curso e não alterando a vazão do Rio dos Sinos, pois não há pilares no leito do curso d´água. O Sinos possui um histórico problemático para a população de São Leopoldo. No último mês de julho de 2010, alagamentos e inundações deixaram 59 famílias desabrigadas. Em 2006, ocorreu no Rio dos Sinos um crime ambiental de grandes proporções, que afetou todo o ecossistema e causou a morte de muitas espécies de peixes e aconteceu durante a época de desova. Este incidente é considerado pelos ecologistas como a maior tragédia ambiental dos últimos 40 anos no Rio Grande do Sul.
Soluções inovadoras
Uma das novidades é a construção de bicicletários no interior do saguão. Esta iniciativa oferece aos usuários a possibilidade de uma locomoção de baixo custo de carbono. E pode trazer iniciativas de negócios de engenharia verde como o aluguel de bicicletas, sistema semelhante ao Vélib da França.
A iluminação também inova e acrescenta um velho novo componente – a luz do sol. Integrada a um sistema de adequação da entrada da quantidade de luz nas estações do metrô, que controla o acendimento das luzes e garante uma maior economia de energia elétrica. Contribuindo desta maneira para uma pegada ambiental em equilíbrio e em busca da sustentabilidade ambiental urbana.
Entrevistado
Rudimar Berti
Currículo
– Gerente de Produção do Consórcio Nova Via
– Engenheiro Civil formado Pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)
– Especialista em Gerência da Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
– MBA em Finanças Empresariais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)
– Tem 32 anos de experiência em construção pesada, sendo 22 anos em obras de grande porte.
Email: rudimar.berti@tbsa.com.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
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