Especialistas em medir confiabilidade ganham mercado

Setores de óleo e gás, mineração e energia elétrica passaram a requisitar profissionais da área. No Brasil, UTFPR é a única que oferece o curso.

Setores de óleo e gás, mineração e energia elétrica passaram a requisitar profissionais da área. No Brasil, UTFPR é a única que oferece o curso

Por: Altair Santos

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) é a única no país a oferecer curso de especialização (lato-sensu) na área de engenharia da confiabilidade. O profissional que atua nesta área está apto a especificar a performance de equipamentos, produtos, sistemas e linhas de processos de um produto, um equipamento ou uma obra. Atualmente, os setores que mais requisitam a engenharia de confiabilidade são o de óleo e gás, ambiental, saneamento básico e mobilidade. Segundo a pesquisa “Perspectivas Estruturais do Mercado de Trabalho na Indústria Brasileira 2020”, realizada pela FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) essa é uma das especializações com mais espaço para crescimento dentro da engenharia. É o que confirma o professor Emerson Rigoni, coordenador do curso da UTFPR. Confira o que faz o especialista desta área:

Engenharia de confiabilidade: nos Estados Unidos, boa parte das indústrias já conta com a especialidade.

Como daria para definir a engenharia de confiabilidade?
Simplificando, engenharia de confiabilidade mede a probabilidade que qualquer equipamento, sistema ou processo tem para executar sua função. Exemplificando, seria como verificar a confiança que um avião transmite para executar um voo de um ponto A para um ponto B.

Hoje, quais setores mais demandam por profissionais especialistas em engenharia de confiabilidade?
No Brasil, o de petróleo e gás, além das mineradoras e as concessionárias de energia elétrica.

Desde quando a engenharia de confiabilidade começou a despertar o interesse no país?
A engenharia de confiabilidade chegou há uns 15 anos no Brasil, mas as primeiras aplicações se deram há uma década. Diria que de uns cinco anos para cá é que realmente o interesse pela confiabilidade despertou. Passaram a surgir certificações na área e daí o assunto entrou em pauta.

Quando contratado por uma empresa, o engenheiro de confiabilidade opera que tipo de gestão?
Normalmente, as empresas contratam esse profissional quando querem medir o período em que um equipamento precisa passar por manutenção. Outra aplicação é para definir estoques de sobressalentes. Se uma máquina ou processo tem probabilidade alta de falhar, é preciso dimensionar a reposição para suprir esta demanda. As seguradoras, por exemplo, usam muito a engenharia de confiabilidade para aferir o risco ao fazer o seguro de uma planta ou até mesmo de pessoas. A especialidade também tem aplicação no desenvolvimento de produtos, para que eles não gerem perdas financeiras por excesso de uso da garantia.

A construção civil absorve de que forma os especialistas em engenharia de confiabilidade?
Tem uma área da engenharia de confiabilidade que chamamos de análise qualitativa. É quando se busca antecipar as falhas. Criam-se, barreiras gerenciais ou técnicas a partir do projeto. Na construção civil, é no projeto que se pode mapear erros de dimensionamento de cálculo ou estruturais. Outra aplicação da engenharia de confiabilidade dentro deste setor é no controle de suprimentos de materiais dentro da obra.

Setores como meio ambiente, saneamento básico e mobilidade urbana demandam de que forma a engenharia de confiabilidade?
Em meio ambiente, pode-se medir o risco de ocorrer um vazamento. A engenharia de confiabilidade antecipa eventuais ocorrências e cria barreiras para que elas não ocorram. Na área de saneamento básico, idem. Já na mobilidade urbana, a especialidade é usada para medir a previsão de demanda. Dá para projetar o envelhecimento de uma frota e que custo isso irá gerar para a empresa. Da mesma forma, ela avalia quando uma plataforma de transporte (ônibus, trem ou metrô) ficará saturada.

UTFPR é a única no país que oferece o curso de especialização em engenharia de confiabilidade?
Sim. A engenharia de confiabilidade da UTFPR é plena e atua em três áreas: manutenção, análise de risco e desenvolvimento de produtos. O curso opera em parceria com a ReliaSoft Brasil, que é quem fornece o software que usamos nas aulas. A duração é de um ano e meio, com 360 horas de aula. Ele é em nível de pós-graduação lato-sensu, como se fosse um MBA, e concede diploma reconhecido pelo MEC. O curso tem aulas em São Paulo, onde está na quarta edição, e em Curitiba, que está na terceira edição.

Quem mais procura o curso?
Dentro da engenharia de confiabilidade tem uma área chamada de confiabilidade estrutural, que é relacionada à engenharia civil. Além desses profissionais, engenheiros mecânicos e eletricistas também buscam a especialização, assim como administradores. O curso serve para qualquer profissional que queira aprender a fazer a gestão de plantas, processos e ativos. Hoje, no mundo, os Estados Unidos são o país que mais tem especialistas em engenharia de confiabilidade.

Entenda mais sobre o curso

Entrevistado
Emerson Rigoni, coordenador do curso de engenharia de confiabilidade da UTFPR
Currículo
– Emerson Rigoni é graduado em engenharia elétrica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) (1995)
– Tem mestrado em engenharia elétrica e informática industrial (UTFPR) (2002) e doutorado em engenharia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (2009)
– É professor da UTFPR, atuando na graduação e na pós-graduação junto aos seguintes temas: engenharia da confiabilidade, metodologias para gestão da manutenção e métodos multicritérios para apoio a tomada de decisão
– Atualmente é coordenador dos cursos de graduação em engenharia elétrica e da especialização em engenharia da confiabilidade da UTFPR
– Também é membro do comitê técnico da Associação Brasileira de Manutenção (ABRAMAN) regional VII PR/SC e membro-fundador da Associação Brasileira de Análise de Risco, Segurança de processo e Confiabilidade (ABRISCO)
Contatos: rigoni@utfpr.edu.br / emerson@rigoni.com.br
Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos


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