Entorno desafiou obra do viaduto estaiado de Curitiba

Trânsito na Avenida das Torres e gestão da comunidade na região do empreendimento deram mais trabalho do que o projeto, que foi cumprido à perfeição

Trânsito na Avenida das Torres e gestão da comunidade na região do empreendimento deram mais trabalho do que o projeto, que foi cumprido à perfeição

Por: Altair Santos

O primeiro viaduto estaiado de Curitiba teve seu projeto cumprido à perfeição. “Depois de a obra pronta, dizíamos que ficou fidedigna à maquete”, conta Vinícius Milhan Hipólito, engenheiro de planejamento do consórcio CR Almeida/J.Malucelli – responsável pela construção do empreendimento.

Vinícius Hipólito: dentro do canteiro de obras, viaduto estaiado beirou a perfeição

Iniciada em agosto de 2012, a construção foi entregue ao público em 12 de abril de 2014. Os maiores desafios não estiveram vinculados ao projeto, mas ao entorno da obra. A ponto de o consórcio ter criado uma central de relacionamento para se aproximar da comunidade moradora no entorno da construção.

O trânsito na Avenida das Torres também precisou de uma gestão intrincada para que a obra pudesse avançar. O fluxo de quase 20 mil veículos por dia exigiu que a construção progredisse sem causar congestionamentos. “Pelos menos duas faixas de cada uma das vias precisavam ficar livres. Essa restrição de espaço foi mais um desafio”, lembra Vinícius Milhan Hipólito.
Se fora do canteiro de obras houve obstáculos a serem vencidos, dentro a obra caminhou de acordo com o cronograma e cumpriu à perfeição o projeto.

O viaduto estaiado consumiu 15.765 m³ de concreto Concrebras. O emprego do material requereu processos inovadores. Para a construção da laje foi usado concreto com fibras de polipropileno.  “A 40 MPa de resistência, a concretagem saiu perfeita, sem nenhuma fissura”, relata Vinícius Milhan Hipólito.

Concreto da Concrebras
Já os pilares e o tabuleiro utilizaram concreto autoadensável (CAA) para que o bombeamento fosse facilitado. Tanto no uso de CAA como no do concreto das lajes, a Concrebras foi quem forneceu o material. “O fornecimento de material de qualidade também influenciou na competência da obra”, revela o engenheiro de planejamento do consórcio que viabilizou a obra.

Viaduto estaiado: laje recebeu concreto com fibras de polipropileno e não apresentou nenhuma fissura

A construção do viaduto estaiado começou em outubro de 2012, com as fundações. A etapa final foi concluída no final de março de 2014. A obra tem 225 metros de extensão, com duas pistas em cada sentido, além de ciclovias e calçadas laterais para pedestres em ambos os lados. A estrutura é mista – metal com laje de concreto pré-fabricado. Um mastro, com 74 metros de altura, está ligado aos 21 cabos (estais) de sustentação.

Outro cuidado importante foi com a temperatura do concreto na concretagem do bloco de fundação. O volume de 3.800 m3 exigiu monitoramento constante para evitar a elevação da temperatura e assim, controlar a expansão e o consequente fissuramento do concreto. A utilização de cimento com baixo calor de hidratação – CP IV-32 da Itambé, em conjunto com aditivos polifuncional e superplastificante, permitiu minorar bastante o sério problema e garantir a integridade desta etapa da obra”, observa o Engenheiro Jorge Luiz Christófolli, Gerente de Desenvolvimento Técnico da Concrebras.

Entrevistado
Engenheiro civil Vinícius Milhan Hipólito, vinculado ao consórcio CR Almeida/J. Malucelli na função de engenheiro de planejamento
Contato: vinicius.hipolito@cralmeida.com.br

Crédito Foto: Divulgação/Prefeitura de Curitiba

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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