Ensino a distância busca sinal verde na engenharia
Para especialistas do setor de educação, redes sociais abrem caminho para que novas ferramentas sejam utilizadas na formação de engenheiros
Para especialistas do setor de educação, redes sociais abrem caminho para que novas ferramentas sejam utilizadas na formação de engenheiros
Por: Altair Santos
A presença das redes sociais já é realidade na maioria dos cursos de engenharia que existem no Brasil. Há instituições que, para estimular os alunos a se dedicarem às disciplinas de cálculo, disponibilizam exercícios comentados no Facebook e no Youtube e colocam professores-assistentes no Twitter para tirar dúvidas. As redes sociais também estão liberadas nas salas de aula, para que os estudantes possam buscar ferramentas auxiliares e acessar material didático para a aprendizagem, além de servir de canal para que as universidades posicionem os matriculados sobre oportunidades no mercado. É um cenário que abre caminho para o próximo passo: a implantação de cursos de EaD (Ensino a Distância) nas engenharias.
Atualmente, o MEC (ministério da Educação) já permite que 20% da carga horária das disciplinas seja em EaD, independentemente do curso. Mas o desafio é adaptar o professor a produzir conteúdo para o ensino das ciências exatas. O grupo Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, tem sido pioneiro no país na busca de metodologias que se adequem ao ensino a distância. Uma das iniciativas foi criar o curso de engenharia de produção no sistema semipresencial. “Desde 2008 estamos num processo de criação de um ensino inovador, mas ainda continuamos no período de aprendizagem. De qualquer forma, sem pressa, estamos evoluindo. Hoje, nossos alunos já conseguem aprender cálculo I, cálculo II e cálculo vetorial pelo sistema de EaD“, explica Modesto Guedes Ferreira Júnior, da Estácio de Sá, que recentemente esteve no 20º Fórum Docente, promovido pelo Crea-PR.
Outro exemplo de implantação de EaD dentro das ciências exatas ocorre na Unopar (Universidade do Norte do Paraná) com campus espalhado nas cidades de Londrina, Arapongas e Bandeirantes. Segundo Elisa Maria de Assis, pró-reitora de EAD da Unopar, o curso de matemática da instituição já é uma realidade. “Trata-se de uma graduação já consolidada no mercado, o que mostra que é possível aproximar EaD das exatas. Agora, a pergunta que se faz é: é possível implantar cursos de engenharia em EaD? Sim, desde que se respeitem as condições de oferta necessárias para um curso de qualidade”, responde a especialista.
Elisa Maria de Assis afirma que os números de EaD no Brasil animam as instituições a superar o desafio de levar o ensino a distância para a área das engenharias. “Hoje, há 1,2 milhão de alunos cursando universidades em EaD no Brasil. Representa 16% do total de matriculados e com crescimento anual de 3,8%. Não se pode ignorar essas estatísticas”, diz a professora da Unopar, afirmando que os seis principais mitos do ensino a distância no país têm sido superados. São eles:
Mito 1
Para aprender é preciso assistir as explicações do professor presencialmente.
O que dizem os defensores do EaD: o modelo ideal é o da transmissão do conhecimento ou da construção do conhecimento. O EaD estimula a aprendizagem autônoma.
Mito2
É impossível prender a atenção do aluno em ambiente virtual.
O que dizem os defensores do EaD: na área de exatas já existem muitos objetos de aprendizagem, como simulares e softwares. O desafio é o professor saber trabalhar essas ferramentas e levar isso ao aluno.
Mito 3
Conteúdos autoinstrutivos contribuem pouco para a aprendizagem.
O que dizem os defensores do EaD: hoje o EaD é dialógico, ou seja, o professor tem vários materiais, como vídeos, materiais virtuais e materiais impressos, para desafiar o aluno.
Mito 4
A internet é ferramenta inacessível à maioria da população.
O que dizem os defensores do EaD: o Brasil já possui 67 milhões de pessoas com acesso à web.
Mito 5
Apenas adolescentes concentram longo tempo na web.
O que dizem os defensores do EaD: a internet já está disseminada entre todas as faixas etárias.
Mito 6
E-learning não pode substituir o presencial.
O que dizem os defensores do EaD: EaD não é e-learning. A nova educação será a aproximação do EaD com o presencial.
Entrevistados
Modesto Guedes Ferreira Júnior, professor do núcleo de EaD do grupo Estácio de Sá, e Elisa Maria de Assis, pró-reitora de EaD da Unopar
Contatos
www.estacio.br
unoparvirtual@unopar.br
Crédito foto: Leandro Taques/Crea-PR
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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