Engenheiro clínico: todo hospital deve ter um
Profissional é importante desde a concepção do projeto arquitetônico de um complexo de saúde até a instalação e uso correto de equipamentos hospitalares.
Profissional é importante desde a concepção do projeto arquitetônico de um complexo de saúde até a instalação e uso correto de equipamentos hospitalares
Por: Altair Santos
Resolução publicada em 2010 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determina que todo estabelecimento de saúde, seja ele hospital ou posto de pronto-atendimento, deve ter entre seus gestores um profissional especializado em engenharia clínica.
A participação deste especialista, diz a resolução publicada em 25 de janeiro de 2010 no Diário Oficial da União, não se limita apenas à fase de operação da unidade de saúde, mas deve estar integrada desde a sua concepção, ou seja, ainda na fase de projeto.
“Quando um hospital está em construção, o engenheiro clínico pode especificar, com apoio de requisitos de pré-instalação dos diversos equipamentos, o dimensionamento de áreas físicas e os dimensionamentos elétricos e hidráulicos do prédio”, explica Marcos Antônio Rocha, que ocupa a gerência de engenharia clínica do Centro de Engenharia Biomédica da Unicamp (Universidade de Campinas).
Além destas atribuições, a engenharia clínica – também conhecida como engenharia hospitalar – fornece orientação na especificação, aquisição, instalação, utilização e manutenção de equipamentos médico-hospitalares. Cabe ainda ao especialista na área contribuir no acesso às tecnologias da instituição médica, planejando o hospital para melhorar sua qualidade, atender a demanda de clientes e otimizar a produtividade de funcionários e médicos.
Hoje, no Brasil, poucas instituições de ensino oferecem a especialização, que é voltada principalmente para engenheiros, arquitetos, físicos, químicos e administradores.
Além da Unicamp, há cursos nas seguintes instituições:
Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (CESAS);
Universidade de Brasília (UnB Gama);
Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações);
Inca (Instituto Nacional do Câncer);
TGS Eventos Educacionais;
UFBA (Universidade Federal da Bahia);
Unifor (Universidade de Fortaleza);
UCL (Universidade do Centro Leste);
UFMA (Universidade Federal do Maranhão);
UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre)
Em questões de segurança hospitalar, o engenheiro clínico também é estratégico. “Normalmente, ele tem a função de orientar e fiscalizar o cumprimento da legislação”, diz Marcos Antônio Rocha, alertando, porém, que ainda são poucas as unidades de saúde no país que possuem engenheiros clínicos em seus quadros. “É a minoria absoluta”, diz. “Infelizmente, as construtoras especializadas em projetos hospitalares também absorvem poucos engenheiros clínicos”, completa.
A profissão de engenheiro clínico surgiu nos Estados Unidos, na década de 1970. Atualmente, naquele país, cada hospital com mais de 300 leitos é obrigado a ter um departamento de engenharia clínica. No Brasil, entre os mais de 6.000 complexos de saúde espalhados em território nacional, podem-se encontrar serviços de engenharia clínica em hospitais universitários, em hospitais privados de maior complexidade e em alguns institutos especializados.
Hoje, no país, boa parte dos engenheiros clínicos atua em consultoria, principalmente quando os hospitais buscam acreditação e certificações de qualidade.
Serviço
Onde conseguir mais informações sobre Engenharia Clínica:
Associação Brasileira de Engenharia Clínica: http://www.abeclin.org.br
Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica: http://www.sbeb.org.br
International Federation for Medical and Biological Engineering: http://www.ifmbe.org
Entrevistado
Marcos Antônio Rocha, gerente de engenharia clínica do Centro de Engenharia Biomédica da Unicamp
Currículo
Graduado em Tecnologia em Eletrônica Industrial, pela Faculdade Salesiana de Tecnologia (Unisal), em 1989
Contato: rocha@ceb.unicamp.br
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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