Estudo mostra como empresas estimulam conhecimento
Companhias de 21 setores econômicos, incluindo a construção civil, responderam pesquisa divulgada em outubro de 2016, pela Fundação Dom Cabral
Companhias de 21 setores econômicos, incluindo a construção civil, responderam pesquisa divulgada em outubro de 2016, pela Fundação Dom Cabral
Por: Altair Santos
O estudo “Capacidade de absorção de conhecimento nas empresas brasileiras”, coordenado pela Fundação Dom Cabral (FDC) – e apresentado em outubro de 2016 -, traz radiografia de como as corporações nacionais incentivam e melhoram a capacidade de aprender de seus funcionários. Para isso, foram analisados dados de 245 companhias que se propuseram a participar da pesquisa. A análise envolveu 21 setores econômicos – entre eles, construção civil, bens de consumo, indústria automotiva, transporte, atacado e varejo. O estudo concluiu que boa parte das empresas prefere terceirizar o conhecimento, ou seja, estimular que a busca na área do saber se dê fora de sua estrutura.
Também foi constatado no estudo que são raras as empresas que possuem em seus quadros colaboradores com mestrado ou doutorado, e que tenham publicado trabalhos científicos em revistas especializadas. Por outro lado, a maioria das organizações possui estrutura que colabora para que seus quadros tenham visão integrada de como elas funcionam, mesmo com pouco estímulo à inovação. Como parte deste cenário, 53,06% das companhias disseram investir em programas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), mas apenas 20,82% revelaram buscar parcerias com agentes de conhecimento externo, como as universidades – diferentemente do que ocorre em países de ponta, onde projetos de P&D unem o conhecimento empresarial com o acadêmico.
Sobra vontade, faltam métodos
Outra informação que chama a atenção na pesquisa é que colaboradores com curso superior ainda não são maioria nas empresas nacionais. O quadro de funcionários graduados é de 46,96%, contra quase 53% que não concluíram a universidade ou sequer conseguiram frequentar o universo acadêmico. Também não são maioria as companhias que mantêm investimento contínuo em conhecimento. Para 58,78%, em períodos de crise esse é um setor que acaba sofrendo cortes de recursos. Além disso, as organizações reconhecem que não há um planejamento correto para disseminar o conhecimento entre os colaboradores. Uma das questões levantadas na pesquisa era: nossa organização adota políticas que facilitam transferir o conhecimento entre diversas áreas e setores? Apenas 39,19% responderam que sim.
A pesquisa da Fundação Dom Cabral revela claramente que as empresas vivem contradições entre investir em conhecimento, programas de P&D e parcerias com o universo acadêmico. Ao mesmo tempo em que reconhecem o valor destas ações, não avançam por questões burocráticas internas, oscilações de recursos ou por não ter um departamento específico que materialize esses conceitos e os faça criar raízes na companhia. Principalmente, nas companhias com mais de 500 funcionários, que são maioria entre as que participaram do estudo (59,59%). Realizada pelo Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da FDC, sob a coordenação do professor Paulo Renato de Sousa, a pesquisa destaca como ponto positivo o interesse da maioria das empresas entrevistadas em andar de mãos dadas com o conhecimento, ainda que faltem métodos adequados.
Clique aqui e confira a íntegra da pesquisa!
Entrevistado
Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral (via assessoria de imprensa)
Contato
atendimento@fdc.org.br
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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