Empowerment: delegando responsabilidades
Carlos Hilsdorf explica como atribuir maior grau de responsabilidade aos colaboradores pode tornar sua empresa mais competitiva.
Descentralizar a tomada de decisões pode trazer benefícios para sua empresa. Conheça o empowerment e saiba como aplicá-lo.
Por: Camila Braga
Resolver os problemas sem ter que consultar o gerente, pedir autorização ao superior, esperar confirmação do departamento responsável. Tomar decisões de forma imediata, diretamente com o cliente e obter resultados rápidos. Essa é a proposta do empowerment, forma de gestão empresarial em que se delega não só a execução de tarefas aos funcionários, mas, também, o poder de resolução de problemas.
Esta prática de gestão descentralizada, que remonta à década de 80, vem sendo aplicada nas melhores e mais lucrativas empresas do mundo e trazendo grandes benefícios: agilidade e alto índice de satisfação do cliente. Alguns cases de sucesso são o da GE sob o comando inicial de Jack Welch, além de Google, Apple, Microsoft, Odebrecht, 3M e Gerdau. “Sem essa autonomia individual de seus funcionários, as empresas não teriam a agilidade necessária para garantir sua competitividade e a sustentabilidade dos negócios”, ressalta o consultor e economista Carlos Hilsdorf, referência nacional em desenvolvimento humano.
Posso aplicar na minha empresa?
O empowerment não está restrito apenas às empresas multinacionais. Toda a companhia pode e precisa estar preparada para adotar essa cultura. Segundo Hilsdorf, o empowerment pode ser utilizado em qualquer empresa, independentemente do porte. “Gerar autonomia responsável é um dos melhores investimentos que uma empresa pode fazer. É possível aplicá-lo em qualquer tamanho de empresa, desde que os colaboradores possuam pertinência e competência para receberem a atribuição de novas responsabilidades que impactam, e muito, na percepção da empresa pelo cliente. É comum que pequenas empresas não façam um bom recrutamento e seleção, paguem mal seus colaboradores e com isso obtenham pessoas com menor qualificação, neste caso, delegar autonomia a pessoas despreparadas pode ser desastroso”, diz.
Passo a passo
A implementação do empowerment se dá de cima para baixo, de um nível hierárquico mais alto para um mais inferior, podendo ser iniciado em qualquer subnível hierárquico. Não obedece necessariamente um passo a passo. Conforme explica o consultor Hilsdorf, “não se trata de um treinamento específico sobre empowerment, pode ser uma palestra de sensibilização e conscientização sobre o tema e as novas responsabilidades advindas da implementação desta prática de gestão, seguidas de processos de treinamento e capacitação em competências-chave para o bom exercício do empowerment por todos os envolvidos”.
Sem perder o controle
Mas até que ponto dar autonomia aos funcionários? Como deixar o poder decisório nas mãos de um empregado sem correr o risco de que ele tome a decisão equivocada? Hilsforf comenta que a aplicação prática do empowerment está atrelada ao bom senso. Se a decisão a ser tomada está acima da competência daquele cargo, então se deve recorrer ao seu superior. “O limite da liberdade de tomada de decisão é o limite da competência e das atribuições concedidas a cada profissional. Empowerment jamais significará que todos estarão aptos a tudo, mas que um maior número de pessoas estará apto a realizar muito mais do que realizava antes”.
Observações sobre empowerment
A seguir, o economista Carlos Hilsdorf dá algumas dicas e fornece algumas informações para que esta técnica de gestão empresarial venha a ser aplicada com maior eficiência:
• Empowerment é um processo que transforma a visão em ação, removendo barreiras e aumentando exponencialmente a produtividade dos indivíduos e da organização.
• Empowerment é um processo, não pode ser estabelecido por decreto e leva tempo para ser efetivamente consolidado.
• Empowerment pressupõe que cada líder possa usar na totalidade todo o conhecimento, habilidades, atitudes e experiência de todos os seus colaboradores.
• O processo deve ser adaptado ao estilo de liderança que a empresa possui no momento e o nível de competência de seus colaboradores.
• Empowerment só começa quando começamos a compartilhar de maneira clara e absolutamente transparente a informação. As pessoas não podem tomar boas decisões sobre negócios na ausência de informação de qualidade.
• O Empowerment só avança quando delegamos autonomia estabelecendo as atribuições que deixam claro a cada colaborador a sua “fronteira de autonomia”, até onde ele pode ir com sua competência atual e quando deve recorrer a um nível superior.
• O empowerment só se efetiva quando a autonomia e responsabilidades delegadas às equipes passa a funcionar como se “substituísse a hierarquia”, ou seja, as pessoas agem de maneira autogerenciada e automotivada e a própria equipe com o apoio do líder revê seus limites, metas e desafios.
• É necessário estabelecer metas de curtíssimo prazo, facilmente atingíveis “quick wins“, para que sucessos sucessivos possam alimentar a implementação eficaz do empowerment.
Entrevistado:
Carlos Hilsdorf
Considerado pelo mercado empresarial um dos 10 melhores palestrantes do Brasil. Economista, Pós-Graduado em Marketing pela FGV, consultor e pesquisador do comportamento humano. Palestrante do Congresso Mundial de Administração (Alemanha) e do Fórum Internacional de Administração (México). Autor do best seller Atitudes Vencedoras, apontado como uma das cinco melhores obras do gênero. Presença constante nos principais Congressos e Fóruns de Administração, RH, Liderança, Marketing e Vendas do país e da América Latina. Referência nacional em desenvolvimento humano
Contato:
www.carloshilsdorf.com.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
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