Edifício Urban Sequoia absorve carbono da atmosfera

Arranha-céu pode absorver até 1.000 toneladas de carbono por ano, o equivalente a 48.500 árvores

Após 60 anos, o protótipo absorveria até 400% mais carbono do que poderia ter emitido durante a construção.
Crédito: © SOM | Miysis

Já pensou se os prédios pudessem atuar como árvorescapturando o CO₂ da atmosfera e purificando o ar? É isto que o edifício Urban Sequoia propõe. Criado pela empresa de arquitetura e engenharia norte-americana Skidmore, Owings & Merrill (SOM), ele absorve mais emissões de carbono do que emite.

Após 60 anos, o protótipo absorveria até 400% mais carbono do que poderia ter emitido durante a construção, segundo a SOM. O carbono capturado pode ser utilizado em diversas aplicações industriais, completando o ciclo do carbono. Feitas com biomassa e algas integradas, as fachadas podem transformar o edifício em uma fonte de biocombustível que alimenta sistemas de aquecimento, carros e aviões; e uma fonte de bioproteína utilizável em muitas indústrias.

“Estamos evoluindo rapidamente para um caminho que vai além da ideia de sermos neutros em carbono. Nossa proposta para o Urban Sequoia – e, finalmente, ‘florestas’ inteiras de Sequóias – torna os edifícios e, portanto, nossas cidades, parte da solução, projetando-os para absorver o carbono, mudando efetivamente o curso das mudanças climáticas“, explica Chris Cooper, um dos sócios da SOM. 

De acordo com Kent Jackson, também sócio da SOM, esta ideia foi desenvolvida de forma que pudesse ser aplicada e adaptada a qualquer cidade do mundo, com o potencial de impacto positivo em qualquer escala de construção. Para as cidades, o projeto do protótipo da SOM é um arranha-céu que pode absorver até 1.000 toneladas de carbono por ano, o equivalente a 48.500 árvores. 

A empresa estima ainda que se todas as cidades do mundo construíssem Urban Sequoias, seria possível remover até 1,6 bilhão de toneladas de carbono da atmosfera todos os anos.

Design e materiais: como é feito?

 O design incorpora soluções e materiais baseados na natureza que usam muito menos carbono do que as opções convencionais. Para sua construção são utilizados itens como biotijolo, hempcrete (material biocompósito, que mistura cânhamo, cal, areia ou pozolanas), madeira e biocrete (um concreto carbono negativo). 

Novo design na COP 27

Inicialmente, o projeto foi apresentado na COP 26, em 2021. No ano seguinte, durante a COP 27, a SOM refinou a arquitetura do protótipo. Sobretudo, o projeto busca responder a três questões principais: qual é a emissão mínima de carbono possível na construção?  Qual é o máximo de carbono possível de absorver? Por quanto tempo é possível estender a vida útil do edifício típico?

Neste projeto, a abordagem típica de construção aditiva, na qual uma estrutura é construída, seguida pela fachada, mecânica, elétrica e hidráulica, é deixada de lado.  Em seu lugar, será utilizada uma abordagem redutiva, na qual cada parte do edifício serviria a múltiplos propósitos. De acordo com a SOM, o projeto é uma inversão: todos os sistemas que normalmente ficam escondidos em tetos, como dutos de ar e outros equipamentos de elétrica e hidráulica, seriam consolidados ou mesmo eliminados. A nova abordagem da SOM otimiza as lajes de piso para incluir esses sistemas e aumenta as alturas do teto, diminuindo significativamente o uso de material. 

Fontes
Chris Cooper e Kent Jackson são sócios da Skidmore, Owings & Merrill (SOM).

Contato
digital.editor@som.com

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP



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