Economia circular na construção: Brasil dá 1º passo

Douwe Jan Joustra mostra conceito a organismos ligados à engenharia civil nacional, o qual cria novos paradigmas à sustentabilidade

Douwe Jan Joustra mostra conceito a organismos ligados à engenharia civil nacional, o qual cria novos paradigmas à sustentabilidade

Por: Altair Santos

Com o objetivo de refletir sobre ações futuras para a indústria da construção, usando o conceito da economia circular, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o SindusCon-SP, com o apoio do Senai, promoveram no final de novembro de 2015 um seminário com um dos principais propagadores deste conceito no mundo: o sócio-gerente da One Planet Architecture Institute, da Holanda, Douwe Jan Joustra.

Douwe Jan Joustra implantou sistema na Holanda e agora busca propagá-lo pelo mundo
Douwe Jan Joustra implantou sistema na Holanda e agora busca propagá-lo pelo mundo

Foi ele quem coordenou, junto ao governo holandês, o programa ‘Cradle to Cradle’ (do berço ao berço) – implantado em 2010. O objetivo é o reaproveitamento integral dos materiais usados em um processo industrial. Os pilares são os seguintes: novos paradigmas, sistemas vivos, combinação de produtos e serviços, repensar e redesenhar, e performance contracting (contrato de desempenho).

Da Holanda, a economia circular já começa a se propagar pela comunidade europeia. A expectativa é de que, até 2020, ela poupe o equivalente a US$ 630 bilhões por ano em consumo de matéria-prima extraída do meio ambiente. O especialista ressalta que tudo dependerá da forma de como o conceito será disseminado. “A economia circular foi introduzida na Holanda em 2010. Em apenas cinco anos, já conseguimos com que 25% da população do país tenham conhecimento do conceito”, explicou.

No Brasil, princípios de economia circular estão inseridos na Política Nacional de Resíduos Sólidos – lei de 2010, que pretende garantir a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, através de logística reversa e acordo setorial. A responsabilidade compartilhada pelos produtos prevê que todos os agentes do ciclo produtivo, os consumidores e os serviços públicos tenham atribuições para minimizar o volume de resíduos sólidos e seus impactos ambientais.

Tecnologia é aliada
A economia circular está inserida no artigo 6º da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que diz:

Art. 6º – São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
I – a prevenção e a precaução;
II – o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
III – a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;
IV – o desenvolvimento sustentável;
V – a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta;
VI – a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade;
VII – a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
VIII – o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;
IX – o respeito às diversidades locais e regionais;
X – o direito da sociedade à informação e ao controle social;
XI – a razoabilidade e a proporcionalidade

Joustra cita que, além das leis que cada país cria para estimular a boa relação entre indústria e meio-ambiente, a tecnologia é a grande aliada da economia circular, pois permite não apenas monitorar os resíduos, mas facilitar a transformação, através de equipamentos cada vez mais sofisticados. “Estamos em uma nova era, temos novas tecnologias e isso pode avançar mais rápido do que prevemos”, avalia, prevendo que a construção civil será uma das beneficiadas. “Não tenho dúvida de que, a partir da economia circular, será possível construir mais rápido, com mais qualidade e com menor volume de resíduos”, completa.

Entrevistado
Arquiteto Douwe Jan Joustra, sócio-gerente da One Planet Architecture Institute, da Holanda
Contato: djj@opai.eu

Crédito foto: Divulgação/SindusCon-SP/Guilherme Kardel

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo