Durabilidade do concreto aparente depende da cura
Material foi bastante usado entre os anos 1960 e 1970 e começa a ser resgatado, tanto em ambientes internos quanto em fachadas.
Material foi bastante usado entre os anos 1960 e 1970 e começa a ser resgatado, tanto em ambientes internos quanto em fachadas
Por: Altair Santos
Na história recente da arquitetura, o concreto aparente tem vivido momentos de protagonista e de coadjuvante. No Brasil, quando o cimento passou a ser produzido nacionalmente, a partir dos anos 1920, o uso do material fez parte do movimento modernista. Passado quase meio século, voltou a viver um novo auge a partir do final da década de 1960 e início da de 1970, com Oscar Niemeyer liderando a corrente de arquitetos adeptos do concreto aparente, como Vilanova Artigas, Ruy Ohtake e Paulo Mendes da Rocha.
Agora, encerrada a primeira década do século 21, eis que fachadas e ambientes internos de casas e edifícios voltam a explorar o material. Essa revitalização está ligada às diversas possibilidades de aplicação do concreto aparente, já que ele se adapta a qualquer textura desejada: lisa, frisada, pintada ou rústica. “Ele aplica-se a todo tipo de ambiente”, garante o arquiteto Waldeny Fiuza, alertando que a aplicabilidade do material requer mão de obra especializada. “Trabalhar com concreto aparente exige uma equipe experiente”, diz.
Outro item que merece atenção é o custo da obra, que tende a aumentar com a opção pelo concreto aparente – principalmente se ele for a escolha para a fachada de uma edificação. “As fôrmas, as ferragens e a mão de obra elevam o custo. Mas não se pode comparar com a alvenaria, pois no caso das fachadas o que se procura é a plasticidade, a textura e a valorização do projeto. E esse papel o concreto aparente cumpre como poucos”, destaca Waldeny Fiuza, que integra a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Paraná (AsBEA-PR).
Um dos segredos para se obter bons resultados com o concreto aparente é promover uma boa cura do material. Essa etapa é importante e deve ser feita com critério para não haver fissuras, o que normalmente é causado pela evaporação prematura da água. “Após o endurecimento do concreto, ele continua a ganhar resistência e, caso não haja uma cura correta, pode perder até 30% de sua durabilidade”, lembra o arquiteto. Neste processo, um dos métodos mais recomendados é molhar continuamente a superfície do material, logo após o endurecimento, durante os sete primeiros dias.
A escolha das fôrmas também é decisiva para o resultado final do concreto aparente. Em contato direto com o material, são elas que vão definir a aparência da parede. Além disso, exigem técnica em sua instalação, para não abrirem quando o concreto for despejado e não deixarem as paredes tortas. Se a opção for pela fôrma metálica, ela garantirá um acabamento mais uniforme e liso. Já com a fôrma de madeira, a flexibilidade de acabamento é maior, podendo-se optar por uma textura frisada.
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Entrevistado
Waldeny Fiuza, arquiteto e vice-presidente de administração e finanças da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Paraná (AsBEA-PR)
Currículo
– Vice-presidente de administração e finanças da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Paraná (AsBEA-PR) e sócio do escritório Dória Lopes Fiuza
– Com mais de 20 anos de experiência, trabalha no desenvolvimento de projetos de diversas áreas, como residenciais, comerciais, esportivas, hoteleiras, industriais e da saúde
Contato: asbea@asbea-pr.org.br / www.asbea-pr.org.br
Créditos Foto: Divulgação/AsBEA-PR
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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