Durabilidade do concreto centraliza debates nos EUA
Em Dallas, o Concrete 2029 reuniu PhDs ligados à fib e apontou tendências que devem nortear a qualidade das obras nos próximos anos
Em Dallas, o Concrete 2029 reuniu PhDs ligados à fib e apontou tendências que devem nortear a qualidade das obras nos próximos anos
Por: Altair Santos
O evento Concrete 2029, realizado na penúltima semana de fevereiro de 2017, em Dallas-EUA, levou a comunidade internacional a se concentrar nos novos requisitos contidos em projetos para obras de infraestrutura, e que estão exigindo concreto com durabilidade de 100 anos. Três PhDs lideraram os debates. Além de fazer um apanhado das normas técnicas que prevalecem em países asiáticos, europeus e na América, Tracy Marcotte, Claude Bedard e Jacques Marchand defenderam que, para grandes obras, deveriam prevalecer os códigos internacionais da fib (Federação Internacional de Betão), a fim de que haja uma uniformidade nas construções, com foco na durabilidade e na manutenção.
O código da fib é consignado por 44 países (Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bielorrússia, Brasil, Canadá, China, Croácia, Chipre, República Checa, Dinamarca, Egito, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Índia, Irã, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Romênia, Rússia, Sérvia, Eslováquia, Eslovênia, África do Sul, Coréia do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Ucrânia, Reino Unido e EUA). Em tese, deve servir de base para as normas técnicas desenvolvidas dentro de cada uma destas nações. No Brasil, seus conceitos estão embutidos principalmente na ABNT NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento –, cuja mais recente revisão está em vigor desde 29 de maio de 2014.
Novas tendências
Para integrantes da indústria do concreto que participaram da Concrete 2029, os projetistas estão rigorosos com a questão da durabilidade quando especificam a resistência do material, mas são condescendentes na hora de estabelecer as manutenções periódicas e de expor o projeto a uma revisão. “Tornou-se comum o projeto especificar concreto de alta resistência, que ultrapassa facilmente 100 MPa, mas não há o mesmo grau de exigência no momento de verificar se um pilar foi bem dimensionado”, criticou Jay Thomas, representante dos construtores dos Estados Unidos, e que participou do evento. “Se queremos estruturas de concreto que durem mais de 100 anos, é preciso ir além da resistência do material”, completou.
O Concrete 2029 concentrou os debates em quatro pilares: strengths, weaknesses, opportunities e threats (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças). O seminário também focou nas novas tendências. Entre elas, estruturas mistas de concreto e madeira. O Canadá está investindo em projetos com os dois materiais e em Vancouver está em construção um edifício corporativo de 40 pavimentos que utiliza essa tecnologia. A alegação é que a madeira minimiza a pegada de CO2 do concreto, tornando a combinação mais sustentável que a tradicional estrutura mista aço-concreto. As construções em concreto feitas com impressoras 3D também estiveram no foco do evento. Para os debatedores, a normalização dos processos que envolvem esse tipo de obra deve ser priorizada pela fib.
Entrevistado
Conselho de Desenvolvimento Estratégico da Indústria de Concreto dos Estados Unidos, promotor do Concrete 2019 (via assessoria de imprensa)
Contato
sdc@concretesdc.org
Crédito Foto: SDC
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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