Déficit habitacional oferece espaço para braços de grandes construtoras crescerem

Empresas criadas para atender segmento de habitações populares tendem a seguir com vendas em alta, motivadas pelo avanço da nova classe C e pelo Minha Casa, Minha Vida.

Empresas criadas para atender segmento de habitações populares tendem a seguir com vendas em alta, motivadas pelo avanço da nova classe C e pelo Minha Casa, Minha Vida

Por: Altair Santos

Se a primeira etapa do Minha Casa, Minha Vida contou com um desembolso de R$ 53,1 bilhões do governo federal, a segunda fase, que foi lançada em junho de 2011, promete investimento de R$ 125,7 bilhões até 2014, dos quais R$ 72,6 bilhões virão do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). De olho neste volume de dinheiro, as grandes construtoras do país estimam que seus braços econômicos, criados para atender o segmento de habitação popular, ainda têm muito espaço para crescer.   

Em 2011, “braços econômicos” devem responder por 50% das unidades comercializadas pelas grandes construtoras.

Em algumas empresas, a nova divisão de negócios já responde por até 50% das unidades comercializadas por ano. É o que ocorre com a construtora Ideal Rossi, que é o braço econômico da Rossi. No caso da Cyrela, que criou a Living há quatro anos, o segmento voltado a construções de habitações populares já representa 35% da receita total. A expectativa é que chegue a 50% até 2013. “Há espaço para elas crescerem mais, principalmente se houver um viés de redução de taxas de juros para incentivar o consumo”. avalia o economista Fausto Gouveia, da Legan Asset, especialista em tendências econômicas e mercado financeiro.

Não apenas o programa habitacional criado pelo governo federal em 2009, mas também a mobilidade social no país estimula as grandes construtoras há investirem em braços econômicos. Até empresas especialistas em obras estruturais hoje estão atuando nesse segmento. Como a Odebrechet, que criou a Bairro Novo. Elas se sentiram estimuladas pela nova classe C – principal cliente das subsidiárias – e também pelo déficit habitacional de 7,9 milhões de moradias que ainda há no país (6,4 milhões em área urbana e 1,5 milhão em área rural) segundo os mais recentes números do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Soma-se a isso a disponibilidade de crédito para o segmento imobiliário, que em sete anos praticamente triplicou. Saiu de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2004 para 4,6%, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). “Foi uma conjuntura econômica que levou as construtoras a tomarem esta estratégia de criar braços econômicos. Aqui no Brasil, o crédito sempre foi bastante reprimido. Com o plano Minha Casa, Minha Vida, ele alimentou o setor, gerou crédito abundante e atraiu as grandes construtoras”, disse Fausto Gouveia.

Para atender a demanda do mercado, os braços econômicos passaram a desenvolver estratégias próprias para construir seus empreendimentos. Boa parte das empresas padroniza os projetos, dá prioridade ao sistema construtivo conhecido como alvenaria estrutural e investe na mecanização do canteiro de obras. Mesmo assim, esbarram nos gargalos da construção civil, sobretudo na escassez de mão de obra. “Isso afeta a rentabilidade destas empresas, pois gera atraso na obras. Esse pode ser um dos motivos que causou a queda de algumas delas na bolsa de valores mas não significa que não tenham espaço para voltar a crescer”, analisa o economista da Legan Asset.

A projeção é que o segmento de habitação popular (unidades com valor até R$ 200 mil) tenha espaço para crescimento sustentável até 2023. É quando, segundo o Plano Nacional de Habitação (PlaHab) do Ministério das Cidades, deverá zerar o déficit por novas moradias no Brasil. De olho nessa projeção, e já consolidados nas regiões sudeste e sul, os braços econômicos das construtoras passam a priorizar o norte e o nordeste do país, onde estão os maiores percentuais do déficit habitacional brasileiro, com 22,9% e 20,6% da população, respectivamente.

Algumas Construtoras que investiram em braços econômicos
– Gafisa (Tenda e Fit)
– Cyrela (Living)
– Odebrechet (Bairro Novo)
– Rossi (Ideal Rossi)
– Plaenge (Vanguard)

Veja o documento do Ipea:
– O planejamento da habitação de interesse social no Brasil: desafios e perspectivas
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/comunicado/111025_comunicadoipea118.pdf

Entrevistado
Fausto Gouveia, diretor da área Private da Legan Asset Management                                                                         
Currículo
– Economista e já atuou como analista de mercado, agente de investimentos e atualmente é economista chefe da Legan Asset Management
Contato: fausto@leganasset.com.br

Créditos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330

 



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