"Custo Paraná" já cobra preço alto do Estado
Economia paranaense perde competitividade por causa de gargalos da infraestrutura e, principalmente, por que tem baixa qualificação de mão de obra.
Economia paranaense perde competitividade por causa de gargalos da infraestrutura e, principalmente, por que tem baixa qualificação de mão de obra
Por: Altair Santos
Dezesseis das maiores empresas instaladas no Paraná decidiram cruzar seus dados para projetar o futuro da economia paranaense daqui a quatro anos. As conclusões a que chegaram é que, assim como o país carrega o chamado “custo Brasil”, o Estado convive com o “custo Paraná”. Ele se materializa em gargalos de infraestrutura, como os que afetam o porto de Paranaguá, na carga tributária alta, na burocracia e, sobretudo, na escassez de mão de obra qualificada.
O estudo, cujo relatório foi apresentado ao governo estadual no começo deste ano, esteve sob a coordenação do diretor de recursos humanos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Carlos Echeverría. Ele conclui que, se nada for feito no médio prazo, o Paraná tende a vir a sofrer do “efeito ABC”. Trata-se de um fenômeno semelhante ao que ocorreu no ABC paulista no final do século passado, quando a mão de obra excessivamente cara causou a migração de indústrias para outras regiões do país.
Segundo Echeverría, as empresas que fizeram parte da pesquisa pretendem, até 2014, gerar 18.770 novas vagas. Destas, 5.443 vão exigir formação superior, 8.072 serão para técnicos e 5.255 para trabalhadores com o ensino médio completo. O problema está na capacitação destes profissionais. Boa parte deles não terá como se candidatar às vagas ofertadas, o que vai obrigar a “importação” de mão de obra. “Isso exige que as organizações recrutem profissionais em outras regiões, como São Paulo. Ao efetuar estas contratações em centros mais caros, gera-se incremento de custo na folha de pagamento, tanto na atração quanto na retenção dos profissionais”, explica Carlos Echeverría.
A conclusão é que o Paraná está se tornando pouco competitivo. Dados recentes divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) comprovam essa tendência. Em 2010, o crescimento industrial do Paraná foi de 1,5%, enquanto a média nacional ficou em 3,4%. Já a folha de pagamento no Estado teve um aumento real de 9% em relação a 2009, enquanto a média nacional foi de 6,8%. “Percebe-se que o nível de atividade ficou na metade do nacional, mas o custo da mão de obra cresceu mais do que o nacional. O que acontece? A mão de obra aqui está mais cara. É a comprovação do efeito ABC”, destaca Echeverría.
Para estancar esse desequilíbrio entre crescimento e custo da mão de obra, o estudo baseado em dados das 16 empresas propõe que sejam criados pólos de formação de mão de obra em todo o Estado, para que essas vagas sejam preenchidas pelos jovens que estudam no Paraná. “Hoje nosso mercado se ressente muito de engenheiros civis e mecânicos, de médicos do trabalho, de profissionais de Tecnologia da Informação e de profissionais de nível gerencial”, enumera Echeverría.
O diretor de recursos humanos da PUC-PR avalia que a primeira medida do governo para enfrentar o “custo Paraná” seria diagnosticar as carências de mão de obra qualificada em todo o Estado. Esse mapeamento, sugere, poderia ser feito através da secretaria estadual de Educação. “Ela é o organismo mais preparado para identificar essas carências e preparar as escolas técnicas para executar os pólos de formação”, diz.
Ainda, segundo Echeverría, as 16 empresas que serviram para fomentar o estudo se propõem a ser parceiras de um programa de qualificação. “As empresas estão dispostas a fazer parceria para a formação de mão de obra, seja com investimentos em dinheiro ou disponibilidade de técnicos”, completa, avaliando que as medidas devem ser urgentes. “O Paraná está perdendo atratividade e é preciso correr contra o relógio”, alerta Carlos Echeverría.
Perfil das empresas
O estudo que mapeou o “custo Paraná” englobou empresas que pertencem à indústria (70%) e ao setor de serviços (30%). As 16 organizações pesquisadas são as seguintes: Boticário, Volvo, Renault, GRPcom, Bematech, GVT, Kraft Foods, Philip Morris, Correios, ALL, Case New Holland, Novozymes, AkerSolutions, HSBC, Positivo e Petrobras.
Entrevistado
Carlos Echeverría, diretor de recursos humanos da PUC-PR
Currículo
– Graduado em Matemática, Administração de Empresas e Pós-Graduação RH
– Já atuou em empresas como H.B.Fuller Company; Cia. Cervejaria Brahma; Pirelli Pneus; Bosch Divisão Diesel
Contato: carlos.echeverria@pucpr.br ou drh@pucpr.br
Crédito: João Borges/Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
Cadastre-se no Massa Cinzenta e fique por dentro do mundo da construção civil.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
26/12/2024
Saque do FGTS: entidades alertam para o desvio de funcionalidade do Fundo e a ameaça ao financiamento habitacional
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), criado para proteger o trabalhador em situações de desemprego e financiar a habitação popular, infraestrutura e saneamento, tem…
26/12/2024
Setor da construção civil deve desacelerar em 2025, segundo CBIC
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC) estima que o setor deve se consolidar com um crescimento de 4,1% em 2024. No entanto, para 2025, a expectativa é de…
26/12/2024
Pesquisa mostra que 55% das rodovias apresentam condições insatisfatórias de pavimentação, sinalização e geometria
A Pesquisa CNT de Rodovias 2024, realizada pela Confederação Nacional do Transporte, avaliou mais de 110 mil quilômetros de estradas e 55% das vias apresentam condições…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.