Cursos de engenharia e arquitetura se adaptam à NBR 15575
Estudo do desempenho dos edifícios ganha nova dimensão dentro da grade curricular. Da mesma forma, empresas investem em treinamento de mão de obra
Estudo do desempenho dos edifícios ganha nova dimensão dentro da grade curricular. Da mesma forma, empresas investem em treinamento de mão de obra
Por: Altair Santos
A Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575/2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho), que dia 19 de fevereiro de 2014 completou um ano de publicação, e está em vigor desde 19 de julho do mesmo ano, não muda conceitos apenas nos canteiros de obras. Ela mexe também com a grade curricular dos cursos de engenharia civil (232 reconhecidos pelo MEC) e de arquitetura e urbanismo existentes no Brasil (283 certificados pelo MEC). Essa constatação foi feita no seminário “Impactos da Norma de Desempenho”, que aconteceu de 17 a 18 de fevereiro em São Paulo-SP. O evento foi promovido pelo SindusCon, em conjunto com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e outros organismos ligados à indústria da construção civil.
O motivo é que o estudo do desempenho das edificações ganhou nova dimensão para professores e alunos e passou a exigir investimento em pesquisa. “Tantos os cursos de graduação quanto os de pós-graduação e de qualificação técnica vão precisar se adaptar à nova realidade imposta pela norma. No nosso caso, estamos ampliando a grade de disciplinas optativas. Uma delas é a de Tecnologias da Construção, que aborda o desempenho”, afirma o professor Francisco Ferreira Cardoso, chefe do departamento de engenharia de construção da Poli-USP.
Para Rosaria Ono, chefe do departamento de tecnologia da construção da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP, apesar de o desempenho ser estudado desde os anos 1980 pela instituição, não restam dúvidas de que a grade curricular precisa ser atualizada. “Hoje, as disciplinas atendem de forma genérica a norma. Aliás, não só a Norma de Desempenho, mas todas as normas. Falta difundir as normas na formação de arquitetos e engenheiros”, diz Rosaria, para quem essa será uma mudança conceitual que precisará de tempo. “A adaptação é de longo prazo, mas vai exigir empenho”, completa.
Para Rosaria Ono, a FAU-USP até tem condições de acelerar esse processo, mas existem outras 292 instituições de ensino de arquitetura no país que também vão precisar atender às exigências da Norma de Desempenho. “Estamos falando de quarenta mil estudantes e de cinco mil docentes espalhados pelo Brasil, segundo dados da AsBea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura). São números só dos que cursam a graduação e, obviamente, essa nova realidade imposta pela NBR 15575 também precisará ser estendida aos cursos de pós-graduação e de qualificação”, afirma.
Canteiro de obras
No canteiro de obras, a necessidade para adaptar os quadros técnicos e de trabalhadores à Norma de Desempenho é mais urgente. Por isso, boa parte das grandes empresas de construção habitacional já investe em cursos de capacitação. É o que conta o engenheiro civil Fábio Villas Bôas, que coordenou a revisão da NBR 15575 e ocupa o cargo de diretor-técnico da Tecnisa. “A mão de obra não tem sido formada com o nível que se desejava, por causa da alta demanda. Então, as empresas do setor, junto com entidades de classe, tem compensado isso com cursos de treinamento. Também tem sido aprimorado o controle da obra. Verificamos que pessoas treinadas, mas sem fiscalização, são 50% menos eficientes e produtivas do que as que são fiscalizadas”, alerta o engenheiro.
Entrevistados
– Francisco Ferreira Cardoso, chefe do departamento de engenharia de construção da Poli-USP
– Rosaria Ono, chefe do departamento de tecnologia da construção da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP
– Engenheiro civil Fábio Villas Bôas, coordenador da revisão da NBR 15575 e diretor-técnico da Tecnisa
Contatos
francisco.cardoso@poli.usp.br
rosaria@usp.br
villasboas@tecnisa.com.br
Créditos Fotos: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cadastre-se no Massa Cinzenta e fique por dentro do mundo da construção civil.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
18/12/2024
Obras da Linha 2 do Metrô de Belo Horizonte foram iniciadas
Em setembro de 2024, tiveram início as obras da Linha 2 do Metrô de Belo Horizonte. Com uma extensão de 10,5 km e sete novas estações, a linha conectará a Estação Nova Suíça ao…
18/12/2024
Construção civil deve encerrar com crescimento de 4,1% em 2024 e superar a média nacional do PIB
O ano de 2024 marcou um período de crescimento expressivo para a construção civil no Brasil. Segundo o IBGE, o setor cresceu 4,1% no acumulado dos três primeiros trimestres,…
18/12/2024
Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade bate recorde de inscrições com projetos que transformam o setor da construção
A 25ª edição do Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade alcançou um marco inédito, com 101 inscrições de projetos que propõem soluções inovadoras e sustentáveis para a…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.