Coworking e coliving já influenciam construção civil


Projetos arquitetônicos se voltam para atender a economia compartilhada, uma tendência mundial que chega ao Brasil

conceitos de coworking e coliving
Construções versáteis, capazes de se adaptarem à necessidade do usuário, e não o contrário: esses são os conceitos de coworking e coliving. Crédito: Divulgação

Conceitos de coworking (compartilhamento de local de trabalho) e coliving (compartilhamento de moradia) já influenciam a arquitetura de edificações com finalidades corporativas e habitacionais. Os projetos arquitetônicos se voltam para atender a economia compartilhada. De que forma? Não se constrói mais para uma classe social, uma faixa etária, um modelo de negócio. Antes de consolidar o perfil da edificação, a arquitetura agora precisa intensificar as pesquisas sobre as várias comunidades que a construção possa atender.

No Brasil, algumas obras já estão saindo do papel com essas características. Em Porto Alegre-RS, uma incorporadora decidiu direcionar seus produtos para o público que se interessa por coworking e coliving. A empresa entende que empreendimentos imobiliários sejam 100% fruto da inteligência coletiva, ou seja, o desafio para a arquitetura é atingir o equilíbrio entre as várias tendências que vão habitar os novos espaços construídos. No entender de quem atua nesse tipo de mercado, os conceitos de economia compartilhada permeiam todas as fases do projeto.

Em São Paulo-SP, o setor imobiliário também começa a se preparar para essa nova realidade e o Secovi já promove até workshop sobre construções com foco no coliving. Entre os palestrantes convidados, se destaca a arquiteta norte-americana Laura Fitch, especializada em coliving e com projetos já consolidados na Dinamarca e nos Estados Unidos. Ela conta que para montar um empreendimento com características de coliving é preciso primeiro detectar os grupos interessados e promover reuniões que ajudem a delinear o projeto da moradia. “É decisivo entender como eles querem morar e quais espaços comuns estão dispostos a compartilhar”, diz.

Fitch lembra que a construção de um projeto para coliving é mais longo. “A consolidação pode levar de dois a três anos ou mais. Para ter êxito, é recomendável que seja conduzido por um profissional como mediador. Seu papel é essencial e pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso”, explica.

Coworking valoriza o retrofit e o coliving as obras sob medida

Já no caso do coworking, o que tem predominado é o retrofit de espaços já construídos, e que são adaptados para o compartilhamento de profissionais. Neste caso, deve ser priorizada a pluralidade de quem frequenta o local, o que obriga que a adaptação do ambiente seja guiada pela neutralidade na escolha do mobiliário e das cores. A proposta luminotécnica do projeto também é muito importante. Outra tendência é que os coworking sejam voltados para segmentos profissionais. Por exemplo, coworking só para arquitetos, só para advogados, só para jornalistas e publicitários, o que também influencia na arquitetura.

Na opinião dos arquitetos alemães Susanne Brandherm e Sabine Krumrey, do escritório Brandherm + Krumrey (b-k-i), está consolidado que os espaços para coworking serão construídos a partir de retrofit e os coliving a partir de novas construções, pensadas para essa finalidade. “Estes espaços estão se desenvolvendo em escala global. No caso do coworking, são necessárias soluções de retrofit. Já para o coliving é importante pensar projetos arquitetônicos exclusivos”, reforçam Brandherm e Krumrey.

Entrevistados
Reportagem com base em workshop promovido pelo Secovi-SP sobre coliving e coworking
(via assessoria de imprensa)

Contato: aspress@secovi.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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