COP 28 estimula cooperação para net zero na indústria do cimento

Acordo firmado entre os países participantes prevê transição dos combustíveis fósseis até 2050

Substituição do coque é um dos grandes desafios da indústria do cimento.
Crédito: Envato

Entre os dias 30 de novembro e 13 de dezembro, foi realizada a COP 28, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Realizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o evento reuniu representantes de 198 países. 

Confira quais iniciativas devem impactar o setor do cimento

Transição de combustíveis fósseis

Um dos grandes destaques da COP 28 foi o documento final da Conferência. Negociado entre 198 países, o acordo menciona que deve ser realizada a transição dos combustíveis fósseis até 2050. 

Na indústria do cimento, o desafio é substituir o coque de petróleo. Em entrevista ao Massa Cinzenta, Paulo Camillo Penna, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), lembra que ele é um combustível fóssil dolarizado e 90% dele é importado. “85% da nossa energia era coque. Ao fazer essa substituição, há dois ganhos principais: a redução de emissão de CO2 em um cenário de mudanças climáticas e a blindagem na indústria dos constantes aumentos do combustível fóssil”, explica.

Dentre as alternativas para substituição do coque estão a biomassa, além de resíduos industriais, comerciais e residenciais. 

Cement & Concrete Breakthrough 

François-Philippe Champagne, ministro da Inovação, Ciência e Indústria do Canadá, juntamente com Omar Ahmed Suwaina Al Suwaidi, subsecretário do Ministério da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos (EAU), anunciaram o lançamento da iniciativa Cement & Concrete Breakthrough na COP28. De acordo com a Global Cement and Concrete Association (GCCA), este projeto reafirma o compromisso do Canadá em trabalhar com países, empresas e organizações parceiras internacionais para acelerar investimentos nas tecnologias, ferramentas e políticas necessárias para que a indústria de cimento e concreto zere as emissões de CO2 até 2050.

Co-liderada pelo Canadá e pelos Emirados Árabes Unidos, esta iniciativa permitirá que os países compartilhem as melhores práticas, políticas e medidas para descarbonizar o setor de cimento e concreto. Ela envolverá uma variedade de parceiros no mundo todo, oferecendo uma oportunidade para o Canadá impulsionar a adoção de produtos de cimento com baixa emissão de carbono e soluções que se baseiam no reconhecimento global do Roadmap do Canadá para Concreto sem emissões de carbono até 2050.

“A inovação e os investimentos em tecnologia limpa são fundamentais para construir uma economia verde competitiva. Como líder global em pesquisa e inovação, o Canadá tem um papel chave na economia net-zero e está comprometido em lançar as bases de uma indústria competitiva de cimento e concreto verde que criará empregos sustentáveis e construirá um futuro limpo para todos os canadenses e para o mundo. Com a iniciativa inovadora, ajudaremos a pavimentar o caminho para alcançar o cimento e o concreto net-zero até 2050”, afirmou Champagne.

“Clube Climático”

No segundo dia da COP28, Alemanha e Chile lançaram um “Clube Climático” com o objetivo de promover a cooperação entre nações que buscam reduzir as emissões provenientes de indústrias pesadas, como a fabricação de aço e cimento.

Atualmente composto por 37 membros e em expansão, o Climate Club funcionará como um fórum intergovernamental de alto comprometimento para a troca de experiências sobre a aceleração da ação climática e a descarbonização da indústria. O objetivo dos membros do Climate Club é apoiar a implementação eficaz do Acordo de Paris e suas decisões. O Brasil não faz parte deste clube.

Indústria brasileira do cimento na COP 28

A ABCP e o SNIC também marcaram presença na COP 28. Durante o evento, Paulo Camillo Penna participou de debates sobre a agenda de sustentabilidade do setor e enfrentamento da mudança climática, no estande da Confederação Nacional da Indústria – CNI.

A estratégia da indústria nacional se baseia no plano delineado pelo Roadmap Brasil, lançado em 2019, que visava inicialmente a redução das emissões de CO2 na produção de cimento. Agora, esse enfoque se expande para abranger todo o ciclo de vida do produto, envolvendo o concreto, a construção, a eletrificação e outras áreas afins, com o objetivo de alcançar a neutralidade climática do setor até 2050.

Esse novo projeto reforça ainda mais o papel proeminente da indústria nacional na agenda climática, historicamente reconhecida por ocupar uma posição de destaque entre os países com as menores emissões de CO2 por tonelada de cimento produzida globalmente. 

A iniciativa chega em um momento particularmente oportuno, coincidindo com as discussões em nível nacional sobre a descarbonização da economia. De acordo com a ABCP e SNIC, a indústria brasileira de cimento está fortemente comprometida com a sustentabilidade, especialmente no que diz respeito à substituição de combustíveis fósseis por fontes alternativas de energia. “O processo de coprocessamento desempenha um papel crucial nessa transição energética em nossa cadeia produtiva, alcançando um marco significativo ao substituir 30% do combustível em 2022, ultrapassando a meta prevista para 2025. Isso representou o processamento de 2,856 milhões de toneladas de resíduos, evitando a emissão de aproximadamente 2,9 milhões de toneladas de CO2”, informaram as entidades.

Fontes
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) 
Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC)
Global Cement and Concrete Association (GCCA)
Climate Club

Contatos
Assessoria de imprensa ABCP e SNIC – celso.souza@fsb.com.br
GCCA – paul.adeleke@gccassociation.org
Climate Club – secretariat@climate-club.org

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



Massa Cinzenta

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