Consumo de cimento atinge 64,5 milhões de toneladas
Previsões do SNIC indicam que até 2016 Brasil estará com capacidade instalada para produzir 110 milhões de toneladas por ano.
Previsões do SNIC indicam que até 2016 Brasil estará com capacidade instalada para produzir 110 milhões de toneladas por ano
Por: Altair Santos
A indústria de cimento no Brasil tende a fechar 2011 com um crescimento equivalente a 9% em relação a 2010, com o consumo atingindo a marca de 64,5 milhões de toneladas. Se confirmada a projeção do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) o setor terá gerado 5,4 milhões de toneladas a mais do que no ano passado. “Nossa previsão se baseia no consumo e nos sinais que as vendas internas estão dando”, diz o presidente do SNIC, José Otávio Carneiro de Carvalho.
O otimismo do dirigente é projetado também para 2012. No ano que vem, o setor prevê o viés de crescimento a uma taxa que deverá variar entre 6% e 7%. São estimativas que reforçam a expectativa do SNIC de que até 2016 o Brasil terá superado a marca de 100 milhões de toneladas/ano na produção de cimento. “Com base nos projetos que estão sendo anunciados, nossa conta até ultrapassa esse número, pois já projetamos 110 milhões de toneladas até 2016”, afirma José Otávio Carneiro de Carvalho.
O presidente do SNIC ressalta que, de 2005 para cá, a indústria cimenteira tem investindo fortemente em seu processo de produção, inaugurando novas fábricas e ampliando as já existentes, o que sustenta seu otimismo. “Nos últimos cinco, seis anos, nossa capacidade instalada ganhou um acréscimo de cinco milhões de toneladas/ano. Até 2016, serão mais 30 milhões de toneladas/ano, o que me deixa otimista para atingirmos a marca de 110 milhões de toneladas”, assegura.
Por conta destas projeções, o SNIC descarta qualquer hipótese de o Brasil vir a precisar importar cimento para manter o ritmo de crescimento da construção civil. “O que aconteceu nos dois últimos anos foram importações residuais, absolutamente pontuais e localizadas para atender necessidades momentâneas, como a diferença entre demanda e capacidade de oferta ainda não concretizada. A partir de agora, não vejo nenhum risco de que isso possa acontecer”, garante.
Segundo José Otávio Carneiro de Carvalho, o Brasil só não atinge patamares maiores de consumo de cimento por causa dos gargalos gerados pela infraestrutura, pela falta de capacitação de pessoal e pelos tributos. “Poderíamos crescer bem mais”, avalia, citando que o setor da construção civil voltado para a área habitacional é o que mais impulsiona a venda de cimento hoje no país. “Esse segmento de obras habitacionais tem dado uma grande contribuição para o aumento de consumo”, relata.
Por conta do crescimento do setor habitacional, o SNIC verifica que a região sul do país (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) começa a recuperar sua capacidade de consumir cimento, e que recentemente foi suplantada pelos estados do Nordeste. “O sul vem recuperando sua atividade neste ano”, aponta o presidente do sindicato. A estimativa é que a região feche o ano com uma fatia de 15% no total de consumo do país contra 14,8% do ano passado.
Entrevistado
José Otávio Carneiro de Carvalho, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento
Currículo
– Graduado em engenharia de produção pela PUC-RJ (1965)
– Em 1969, concluiu pós-graduação em engenharia econômica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
– Entre 1975 e 1978, integrou a equipe de assessoria econômica do então ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen
– Desde 1982 atua no setor de cimento, onde prestou consultoria em diversos projetos
– Em 2001, foi convidado para o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), onde assumiu a função de secretário executivo e depois se tornou vice-presidente executivo da entidade
– No início de 2011, assumiu o cargo de presidente do SNIC
Contato: secretaria@snic.org.br
Créditos foto: Divulgação/SNIC
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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