Construções sustentáveis criam raízes no Brasil
Conceito de “prédio verde” chegou ao país em 2007 e não para de atrair adeptos. Desafios climáticos forçam adaptações do mercado e dos profissionais.
Conceito de “prédio verde” chegou ao país em 2007 e não para de atrair adeptos. Desafios climáticos forçam adaptações do mercado e dos profissionais
Por: Altair Santos
Já há consenso na construção civil de que a opção pelos chamados “prédios verdes” não é mais modismo ou alternativa para encarecer a obra. Os desafios climáticos e ambientais a que as cidades estão expostas obrigam mudanças de hábitos e valorizam as práticas sustentáveis. Felizmente, isso não acontece apenas no exterior, mas no Brasil também. Ainda que timidamente, se comparado com outras regiões, as construções sustentáveis fecharam 2010 com números expressivos no país.
Segundo balanço da Green Building Council Brasil (GBC Brasil), no ano passado houve 23 empreendimentos que receberam a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e passaram a ser reconhecidas como construções sustentáveis. Outras 211 obras também requereram o “selo verde” em 2010. Este ano, a expectativa da GBC Brasil é de que esse número suba para 35 certificações concedidas e 300 requisições.
São dados que fizeram o país saltar da 5.ª para a 6.ª colocação no ranking das nações que possuem a maior quantidade de “prédios verdes”. De acordo com o engenheiro Marcos Casado, gerente-técnico da GBC Brasil, esse é um caminho sem volta. Números revelados por ele mostram que até 2013 pelo menos 50% da construção civil mundial já terá aderido ao conceito de obras sustentáveis. “Empresas que ainda não estão preocupadas com a sustentabilidade deverão se adequar rapidamente para que não sejam excluídas pelas novas exigências do setor”, alerta.
Casado avalia que o Brasil iniciou tardiamente a adesão às construções sustentáveis – a primeira obra surgiu em 2007 -, mas esse movimento já se reflete no mercado. O custo dos “prédios verdes” tem caído sensivelmente. “A prática está mostrando que para executarmos uma obra sustentável temos tido um acréscimo de custo médio de 5%, que nem se compara com os benefícios econômicos, ambientais e sociais que as mesmas proporcionam. Estes resultados vêm estimulando cada vez mais novos projetos a seguirem esses conceitos, o que provoca redução de custos pelo aumento da demanda”, explica.
O conceito de “prédio verde” também tem mudado o comportamento dos profissionais. A procura por atualizações é intensa, assegura Marcos Casado. Por isso, a GBC Brasil passou a ser não só um organismo que emite certificações como um ponto de apoio para os profissionais. “Já contamos com mais de 23 mil engenheiros e arquitetos participando de nosso programa educacional, que vai desde cursos online até pós-graduações para capacitação do setor em várias regiões do país”, disse Casado, revelando que a construção sustentável cria raízes rapidamente no Brasil.
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Veja quais são os 23 empreendimentos com certificação LEED no Brasil:
Banco Real Agencia Bancaria Granja Viana
Delboni Auriemo – Dumont Villares
Morgan Stanley
Edifício Cidade Nova – Bracor
Rochaera Corporate Towers – Torre B
Eldorado Business Tower
Ventura Corporate Towers – Torre Leste
WTorre Nações Unidas 1 e 2
McDonalds – Riviera São Lourenço
CD BOMI Matec
Pão de Açúcar
Torre Vargas 914
Brasken
Centro de Cultura Max Feffer
Fleury Medicina Diagnostica Rochaera
Building the Future (Boehringer Ingelheim)
Unilever TI – Rochaera
Sede GBC Brasil
Pavilhão Vicky e Joseph Safra
Centro de Desenvolvimento Esportivo
Rochaera Torre
WTorre JK – Torre Sao Paulo
Ecopatio Bracor Imigrantes
Entrevistado
Marcos Casado
Currículo
– Gerente Técnico LEED Green Building Council Brasil
– Engenheiro Civil
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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