Construção sustentável desconhece a palavra crise
No primeiro trimestre de 2016, número de registros de certificações foi maior que o verificado no mesmo período de 2015, 2014 e 2013 no Brasil
No primeiro trimestre de 2016, número de registros de certificações foi maior que o verificado no mesmo período de 2015, 2014 e 2013 no Brasil
Por: Altair Santos
O que mais se houve falar no ambiente da construção civil é em crise. Esta palavra, porém, parece não existir para o segmento que atua com empreendimentos sustentáveis. Segundo relatório do Green Building Council Brasil, o número de registros de certificação LEED no primeiro semestre de 2016 foi maior que o registrado no mesmo período de 2015, 2014 e 2013. Houve 34 solicitações, contra 24, 21 e 33, respectivamente. Outra certificação bastante procurada no Brasil – a AQUA – também cresceu. No entanto, a Fundação Vanzolini, que gerencia a emissão do selo, só terá números fechados ao final deste semestre.
O começo de 2016 desponta como o segundo melhor ano da certificação LEED no Brasil, perdendo apenas para os 64 novos projetos registrados no primeiro trimestre de 2012. O que ajuda a impulsionar as certificações é que elas estão cada vez mais abrangentes. Seus conceitos não se restringem apenas a ambientes construídos, mas agora norteiam também loteamentos. As plantas industriais e os galpões de logística são outros tipos de obras que ajudam a construção sustentável a se tornar uma ilha de prosperidade na economia brasileira.
Para Felipe Faria, diretor-executivo do Green Building Council Brasil, essa é uma trajetória irreversível. “Lideramos um movimento que há anos deixou de ser tendência, consolidando-se em uma transformação tida como unanimemente necessária. Cabe a nós trabalharmos para acelerá-la. A construção sustentável continua crescendo para setores diversos do mercado, assim como iniciativas do poder público em criar políticas de sustentabilidade”, avalia.
Sete selos
Atualmente, no que se refere a volume de obras voltadas para a construção sustentável, dez empresas destacam-se no Brasil: Tecverde, em Curitiba-PR; Even e Tecnisa, em São Paulo-SP; MBigucci, em São Bernardo do Campo-SP; MPD e Takaoka, em Barueri-SP; Dias de Sousa, em Fortaleza-CE; Pontal e Toctao, em Goiânia-GO, e Precon, em Belo Horizonte-MG. Estas construtoras, além de atuar com LEED, trabalham também com outras certificações sustentáveis.
No Brasil, há atualmente sete selos de construção sustentável. Além do LEED, AQUA, BREEAM, DGNB, Procel Edifica, Casa Azul e Qualiverde. A abrangência levou a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) a criar uma plataforma de sustentabilidade para o setor imobiliário e a construção civil. O objetivo é disseminar essas práticas através de um conjunto de ferramentas, como sites, livros, vídeos, palestras, eventos educativos regionais e nacionais, cursos e conteúdo de apoio.
Para o vice-presidente de sustentabilidade do Secovi-SP, Hamilton de França Leite Júnior – organismo que também atua em conjunto com a CBIC no projeto -, a construção sustentável tornou-se uma exigência de mercado. “Os valores relativos à sustentabilidade são cada vez mais cobrados pelos consumidores e a sociedade civil. Como parte dessa cadeia, os setores imobiliários e da construção precisam participar das discussões, mostrar as ações já realizadas e debater as perspectivas”, analisa.
Entrevistados
– Advogado Felipe Faria, diretor-executivo do Green Building Council Brasil
– Engenheiro civil e administrador de empresas Hamilton de França Leite Júnior, vice-presidente de sustentabilidade do Secovi-SP
Contato
ffaria@gbcbrasil.org.br
hl@hamiltonleite.com.br
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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